quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Dor durante o ato sexual


DISPAREUNIA

A dor durante o ato sexual pode surgir como conseqüência da falta de relaxamento e ansiedade mas também pode ser de causa orgânica levando à crença de que sexo é algo que implica necessariamente em sentir dor.Saiba que isso é uma doença e tem cura.

Dispareunia é o termo utilizado para descrever uma disfunção presente também nos homens, porém mais freqüente nas mulheres, que tende a ser crônica e pode ocorrer em associação com outras disfunções. Caracterizada pela dor genital, persistente ou recorrente, associada a relação sexual, embora possa ocorrer antes ou depois do coito. Pode variar de uma leve irritação a uma dor intensa, causando grave sofrimento ou dificuldade interpessoal, minando a relação sexual atual ou bloqueando futuras, e diminuindo o desejo sexual em graus variados.

A dor se transforma numa desculpa, consciente ou não, para impedir a relação sexual, seja em situações onde há falta de motivação ou, ainda, com determinados parceiros. A mulher que apresenta dispareunia pode mostrar ansiedade ou medo da relação sexual, tendo como conseqüência a esquiva sexual. Por ser bastante improvável a associação entre prazer e dor, a mulher nega a parte do seu papel relacionada à esfera sexual, o que muitas vezes ocasiona problemas conjugais. Assim, é importante que o parceiro esteja ciente do que acontece. Tal comportamento evita sentimentos de rejeição e solidão, aumentando a confiança, ajudando no crescimento do relacionamento e conseqüentemente na melhora do quadro.

Tipos

· Primária: acontece desde a primeira tentativa de coito.

· Secundária: acontece depois de um período normal, algumas vezes associada a um evento.

· Situacional: ocorre apenas em certas ocasiões, com uma determinada condição ou parceiro.

· Generalizada: a mulher é incapaz de conseguir qualquer tipo de penetração sem que seja acompanhada pelo desconforto.

Etiologia

É indispensável uma análise médica com a finalidade de perceber se a dor é de causa orgânica ou tem origem psicológica. Detectada origem orgânica, deve-se adotar uma terapêutica apropriada. Tendo a dor, contudo, origem psicológica, é fundamental desmistificar temores e impedimentos sexuais que são capazes de manter a dificuldade relacionada à consumação e revelação da sexualidade da mulher.

Orgânicas: infecções vaginais que promovem irritação, prurido, corrimentos, ardor e tumores ou traumatismos da vulva e da vagina, alterações anatômicas dos órgãos genitais como aderências após cirurgias abdominais, doença do aparelho urinário, lesões dermatológicas na região genital, anomalia e má formação genital, alterações funcionais da vagina, irritação ou infecção urinária, tumores pélvicos ou abdominais (dificultam o alargamento vaginal durante a excitação), doenças de pele que agridem a região genital, alteração do PH da vagina (o índice do PH é o termômetro da saúde vaginal.

Ele deve manter-se ácido, ou seja, entre 2,0 e 4,0) , uso ininterrupto de pílulas anticoncepcionais, consumo de corticóides, alergia a preservativos, diafragmas, cremes, geléias espermaticidas, diabetes, cicatrizes endurecidas na região genital devido a partos e/ou cirurgias ginecológicas/plásticas, artrite no quadril, dores lombares, endometriose (acomete as mulheres em idade reprodutiva. Consiste na presença, fora do útero. da camada que é renovada mensalmente pela menstruação) e hérnias de disco, doenças que acometem o ânus, algumas DSTs (doenças infecciosas que se transmitem essencialmente, porém não exclusivamente, pelo contato sexual), uso de medicamentos e álcool, infecção ou irritação do clitóris, malformação congênita, como um hímen rígido e acentuada baixa da taxa de estrógenos.
Nos homens, podem-se destacar as inflamações penianas, fimose (incapacidade de expor a glande do pênis estando ele flácido ou ereto), doenças de pele, algumas DSTs, doenças do testículo e da próstata e o uso de certos medicamentos antidepressivos.

Psicossociais: ansiedade e depressão, trauma sexual anterior, sentimento de culpa ou atitudes negativas em relação ao sexo, dificuldades de comunicação e no relacionamento, medo de intimidade, falta de interesse pelo coito, ausência de envolvimento afetivo com o órgão genital, temores quanto ao desempenho, dificuldade em compreender e aceitar a sexualidade de uma maneira saudável, stress pós-traumático, medos e tabus irracionais quanto ao contexto sexual, crenças morais e religiosas muito rígidas, educação repressora, traumas infantis relacionados à sexualidade, falta de informação, medo de machucar o bebê (caso a mulher esteja grávida), incapacidade de relaxar e ausência de carinho após a relação sexual.

A dispareunia ou dor no ato sexual - pode ter origens anatômicas, psicológicas ou ambas. Deve-se enfatizar que tal distúrbio é conseqüência do efeito de um conjunto de fatores, não devendo, dessa forma, ser visto como uma causa separada.
É importante que se esclareça a origem do problema, medos e dificuldades que dizem respeito à relação sexual, com informações sobre o problema. Faz-se importante o uso de relaxamento e técnicas específicas e o conhecimento sobre a fisiologia e anatomia feminina para uma melhor estimulação e conseqüente lubrificação.

Tratamento

Por ser uma síndrome psicofisiológica – conjunto de problemas físicos e psicológicos -, não adianta olhar a mulher somente como um organismo ou, somente, como um ser psíquico. Os dois atuam juntos, simultaneamente, num íntimo entrelaçamento. Assim, a atuação de uma equipe multidisciplinar (ginecologista, urologista e psicoterapeuta) também se faz, na maioria das vezes, necessária. Enquanto o médico especialista estuda a parte anatômica e fisiológica, o psicólogo pesquisa as implicações afetivas e psicológicas de tais respostas e mecanismos.

Certos casais, ao não conseguirem resolver sozinhos seu problema sexual, devem procurar ajuda profissional. Os terapeutas objetivam a promoção da satisfação sexual e as questões peculiares da relação a dois.
O tratamento inclui a psicoterapia, que visa um maior conhecimento da mulher, de seu corpo e de sua forma de lidar com o mundo. Para que se dê conta de como lida com o próprio corpo, alguns exercícios podem ser indicados, podendo realizá-los sozinha ou com o parceiro.

Mesmo que hoje em dia diversos preconceitos sexuais estejam sendo superados, ainda há mulheres que encaram o ato sexual como uma forma de violação.Durante o ato sexual, a mulher que está preocupada ou assustada não tem ferramentas para liberar a excitação. Ainda há as mulheres mal estimuladas, que não respeitaram o tempo necessário para disparar o mecanismo da excitação, ou que possuem sentimentos negativos relacionados ao ato sexual, e também não permitem a ocorrência da lubrificação. Tais acontecimentos relatam uma vida sexual empobrecida e desgastada para o casal.

O tratamento de qualquer disfunção sexual deve ser acompanhado por um profissional que possua conhecimentos dos mecanismos da resposta sexual, assim como os seus estágios.

http://www.corposaudavel.com.br/sexualidade/dor-durante-o-ato-sexual

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