No Brasil, as estatísticas são falhas, mas os estudiosos do
assunto acreditam que cerca de 10 por cento da população seja formada por
homossexuais masculinos e cinco por cento por lésbicas. Por mais espaço que o
sexo tenha conquistado na mídia e discussões familiares, não são todos que têm
coragem de assumir sua conduta sexual, de sair do armário com dignidade e a
cara lavada.
Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. Os especialistas já
não falam mais em opção sexual e sim em orientação sexual. A explicação
científica ainda não é clara, mas atualmente sabemos que a homossexualidade é
algo que faz parte da constituição do indivíduo, da mesma forma que a
heterossexualidade. Nenhum heterossexual um belo dia acorda e decide “A partir
de hoje, só vou gostar de pessoas do sexo oposto.” Com os homossexuais ocorre a
mesma coisa.
Como o sufixo ismo caracteriza as doenças, o termo
homossexualidade é preferível que homossexualismo. Mas, como definir este
comportamento sem preconceitos? “Podemos dizer que é simplesmente uma forma de
ser sexual na qual o interesse está voltado para a pessoa do mesmo sexo, seja
masculino ou feminino.”
A homossexualidade pode ser permanente ou transitória. A forma
circunstancial se desenvolve principalmente entre os jovens que vivem em
prisões, internatos ou instituições onde só moram homens ou mulheres. Quando
deixam estes estabelecimentos, tendem a desempenhar um comportamento
heterossexual novamente.
Os especialistas classificam o homossexualismo em verdadeiro ou
falso, também conhecido como pseudo-homossexualidade. Neste caso, o medo de ser
homossexual é tão grande que a pessoa se policia o tempo todo. Ao menor pensamento
de atração por indivíduos do mesmo sexo, acredita fielmente que possui uma
conduta homossexual.
Homossexualidade: uma doença?
Para muitas pessoas, a homossexualidade é simplesmente uma doença. Por sinal, no início do século, estudos tendenciosos procuraram (em vão) comprovar esta teoria. A partir da década de 60, no entanto, testes médicos e psicológicos foram realizados por conceituadas universidades e centros de pesquisa americanos. As conclusões? Não existiam dados científicos capazes de defini-la como um distúrbio de saúde.
Para muitas pessoas, a homossexualidade é simplesmente uma doença. Por sinal, no início do século, estudos tendenciosos procuraram (em vão) comprovar esta teoria. A partir da década de 60, no entanto, testes médicos e psicológicos foram realizados por conceituadas universidades e centros de pesquisa americanos. As conclusões? Não existiam dados científicos capazes de defini-la como um distúrbio de saúde.
Finalmente, em 1974, a Associação Americana de Psiquiatra (APA)
retirou o homossexualismo de seu código de patologias. Passou a ser considerado
como uma alternativa de expressão sexual. Posteriormente, quase todos os países
acompanharam esta iniciativa, inclusive o Brasil.
Hoje em dia, assistimos à tentativa de vincular a
homossexualidade a uma doença mortal: a AIDS. Mas, de acordo com recentes
estudos, a incidência desta síndrome tem diminuído bastante entre os
homossexuais. Não cabe mais falar em grupos de risco, mas sim em comportamentos
de risco. Um exemplo? O marido heterossexual ou bissexual que tem relações
sexuais fora do casamento, contamina-se e leva a doença para dentro de
casa.
Aqui vale destacar que o comportamento homossexual pode ser
sintoma de algumas doenças raras, como da disritmia cerebral do lobo temporal
ou de tumores cerebrais. Mas, no universo de casos de homossexualismo
analisados, elas são responsáveis por uma incidência realmente
inexpressiva.
Conheça as teorias
Até hoje, nenhuma causa isolada foi admitida como fator real para o desencadeamento da homossexualidade. Médicos e cientistas trabalham apenas com hipóteses. Para eles, a origem deste comportamento é multifatorial.
Até hoje, nenhuma causa isolada foi admitida como fator real para o desencadeamento da homossexualidade. Médicos e cientistas trabalham apenas com hipóteses. Para eles, a origem deste comportamento é multifatorial.
Quantas vezes não ouvimos histórias de homens e mulheres que,
após 20, 30 anos de casamento, resolveram assumir sua conduta homossexual? Em
geral, estes adultos sempre se perceberam com desejo homoerótico, contudo,
acreditavam que casando ou negando sua atração por companheiros do mesmo sexo
conseguiriam resolver seus problemas.
Atualmente, os pesquisadores dividem as possíveis causas da homossexualidade em três grupos:
Atualmente, os pesquisadores dividem as possíveis causas da homossexualidade em três grupos:
- Biológicas: causas endócrinas e genéticas (inclusive
cromossômicas)
- Psicológicas: perturbação no desenvolvimento da personalidade devido a um contexto familiar inadequado, que normalmente se estende ao período da adolescência. Uma mãe castradora, por exemplo, facilitaria o aparecimento da homossexualidade masculina e, por sua vez, aquela ausente predisporia a orientação homossexual feminina. Mas, atenção: esta teoria sozinha não apresenta sustentação no campo clínico.
- Mistas: haveria uma tendência inata acrescida de um ambiente favorável
- Psicológicas: perturbação no desenvolvimento da personalidade devido a um contexto familiar inadequado, que normalmente se estende ao período da adolescência. Uma mãe castradora, por exemplo, facilitaria o aparecimento da homossexualidade masculina e, por sua vez, aquela ausente predisporia a orientação homossexual feminina. Mas, atenção: esta teoria sozinha não apresenta sustentação no campo clínico.
- Mistas: haveria uma tendência inata acrescida de um ambiente favorável
Entre mitos e preconceitos
Quando falamos em sexo, é quase impossível não esbarrarmos em mentiras e tabus, principalmente no terreno da homossexualidade. Mesmo aqueles que se consideram liberais muitas vezes reproduzem, em seu dia-a-dia, diversos mitos sobre o assunto. Selecionamos os principais. Veja agora se você não está se deixando levar pelo preconceito.
Quando falamos em sexo, é quase impossível não esbarrarmos em mentiras e tabus, principalmente no terreno da homossexualidade. Mesmo aqueles que se consideram liberais muitas vezes reproduzem, em seu dia-a-dia, diversos mitos sobre o assunto. Selecionamos os principais. Veja agora se você não está se deixando levar pelo preconceito.
As pessoas devem ser exclusivamente homossexuais ou
heterossexuais
Segundo o The Kinsey Institute, mais de 50 por cento dos homens já tiveram uma fantasia, pensamento ou sentimento em relação a outro homem que o fez ficarem sexualmente excitados. Mas, nem por isso, apresentam uma orientação homossexual.
Segundo o The Kinsey Institute, mais de 50 por cento dos homens já tiveram uma fantasia, pensamento ou sentimento em relação a outro homem que o fez ficarem sexualmente excitados. Mas, nem por isso, apresentam uma orientação homossexual.
A homossexualidade seria uma forma de doença mental
Esta noção, firmemente enraizada na crença popular e até defendida por alguns profissionais da Saúde, não encontra fundamento na área clínica. Como foi dito, a homossexualidade não é mais considerada uma doença na maioria dos países.
Esta noção, firmemente enraizada na crença popular e até defendida por alguns profissionais da Saúde, não encontra fundamento na área clínica. Como foi dito, a homossexualidade não é mais considerada uma doença na maioria dos países.
Homossexuais podem ser detectados por características físicas ou
peculiaridades do vestir e do comportamento
É a velha história que afirma que os homossexuais são identificados através de determinados gestos e roupas, como se todos seguissem fielmente um livro de instruções de como se portar em público. Estamos falando de seres humanos e não de máquinas, de pessoas que têm as suas próprias preferências e maneiras de agir em seu grupo social.
Não dá para andar na rua e sair apontando: “Aquele ali tem tendência...” “Não, este parece que não leva jeito para a coisa....” Nada mais absurdo e preconceituoso.
É a velha história que afirma que os homossexuais são identificados através de determinados gestos e roupas, como se todos seguissem fielmente um livro de instruções de como se portar em público. Estamos falando de seres humanos e não de máquinas, de pessoas que têm as suas próprias preferências e maneiras de agir em seu grupo social.
Não dá para andar na rua e sair apontando: “Aquele ali tem tendência...” “Não, este parece que não leva jeito para a coisa....” Nada mais absurdo e preconceituoso.
Determinadas profissões são as preferidas dos homossexuais
Antigamente, moça de família não podia nem pensar em seguir a profissão de cantora ou atriz. Não eram carreiras bem vistas pela sociedade. Hoje, existe o mito que afirma que os homossexuais masculinos preferem profissões ligadas às artes. Seguindo este raciocínio torto, estariam fadados a serem estilistas de moda, atores, carnavalescos, escritores, dentre outras opções.
Antigamente, moça de família não podia nem pensar em seguir a profissão de cantora ou atriz. Não eram carreiras bem vistas pela sociedade. Hoje, existe o mito que afirma que os homossexuais masculinos preferem profissões ligadas às artes. Seguindo este raciocínio torto, estariam fadados a serem estilistas de moda, atores, carnavalescos, escritores, dentre outras opções.
Homossexuais masculinos são afeminados e femininas masculinizadas
Há muito tempo atrás, o programa Você Decide, da Rede Globo, causou polêmica ao colocar em pauta o dilema de um escritor que não sabia se era certo doar seu sêmen para um casal de amigas que desejava ter um filho. Na maternidade, uma das amigas termina o programa comemorando o nascimento de seu bebê com um charuto no canto da boca, ao melhor estilo masculinizado.
De acordo com recentes pesquisas, só cinco por cento dos
homossexuais masculinos possui comportamento afeminado, enquanto três por cento
das lésbicas são masculinizadas. Não dá para pegar uma minoria e transformar
sua conduta em regra para todo grupo.
As práticas homossexuais se resumem ao coito anal
No caso do homossexual masculino, existem outras opções ao coito anal, como a masturbação mútua e a felação (sexo oral). Já nas lésbicas, a masturbação mútua e o tribadismo (roçadinho) são mais comuns do que a penetração vaginal com um falus artificial.
No caso do homossexual masculino, existem outras opções ao coito anal, como a masturbação mútua e a felação (sexo oral). Já nas lésbicas, a masturbação mútua e o tribadismo (roçadinho) são mais comuns do que a penetração vaginal com um falus artificial.
A maioria dos homossexuais molesta crianças
Outra noção equivocada. Nos registros de abuso sexual infantil, as estatísticas demonstram que grande parte dos casos é praticada por adultos heterossexuais, em geral, parentes ou conhecidos da criança molestada.
Outra noção equivocada. Nos registros de abuso sexual infantil, as estatísticas demonstram que grande parte dos casos é praticada por adultos heterossexuais, em geral, parentes ou conhecidos da criança molestada.
Não existe afetividade nas relações homoeróticas
Mais um mito. Segundo estudos da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH), nos relacionamentos de homossexuais femininas é possível observar uma incidência menor de infidelidade quando comparados às relações heterossexuais. Além desta característica, ficou constatada a presença de uma considerável dose de romantismo em seu dia-a-dia.
Mais um mito. Segundo estudos da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH), nos relacionamentos de homossexuais femininas é possível observar uma incidência menor de infidelidade quando comparados às relações heterossexuais. Além desta característica, ficou constatada a presença de uma considerável dose de romantismo em seu dia-a-dia.
Homossexuais não podem ser felizes
Isso depende do grau de homofobia (aversão à homossexualidade) da sociedade onde vivem. Os grupos que defendem os direitos dos homossexuais não se cansam de denunciar agressões e humilhações vivenciadas por gays e lésbicas em grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Isso depende do grau de homofobia (aversão à homossexualidade) da sociedade onde vivem. Os grupos que defendem os direitos dos homossexuais não se cansam de denunciar agressões e humilhações vivenciadas por gays e lésbicas em grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Alguns bairros de São Francisco, nos Estados Unidos, apresentam
uma concentração tão elevada de moradores homossexuais que suas manifestações
públicas de afeto não causam assombro a ninguém. No bairro Castro, por exemplo,
policiais gays participam de paradas e desfiles na rua e não sofrem represálias
de seus superiores.
Um casal homossexual pode ser tão feliz e estabelecer um
relacionamento tão construtivo quanto um casal heterossexual.
Gerson Lopes

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