terça-feira, 14 de agosto de 2012

Anticoncepção: métodos, chances de falha e recomendações


O que são métodos contraceptivos?
São meios – com princípios não hormonais ou hormonais – utilizados para evitar a gestação não planejada.
Os métodos hormonais modificam vários mecanismos fisiológicos que favorecem a concepção, dificultando a migração dos espermatozoides pelo colo, tornando o ambiente uterino hostil à implantação da gravidez e podendo inibir a ovulação, dependendo da dosagem.
Os métodos não hormonais não interferem nesses processos e funcionam impedindo a união do óvulo e do espermatozoide – fecundação – por meio de bloqueios cirúrgicos (das trompas uterinas na mulher e dos ductos deferentes no homem), do uso de obstáculos, como nos métodos de barreiras, da ação de efeitos químicos dos dispositivos intrauterinos e dos fundamentos dos métodos comportamentais.

O que são métodos comportamentais? Quais são os métodos?
São aqueles que modulam o comportamento do casal por meio do coito interrompido – baseado no controle masculino e a ejaculação extravaginal – e da abstinência das relações sexuais nos períodos de fertilidade, reconhecidos por sinais como aumento do muco cervical e elevação da temperatura ou presumidos pela tabelinha.

O que são métodos de barreira? Quais são os métodos?
São meios físicos ou químicos que interceptam a trajetória dos espermatozoides na vagina e impedem a ascensão em direção às tubas. São utilizados como barreiras: agentes químicos espermicidas na forma de comprimidos, cremes, geleias e óvulos, além de materiais sintéticos impermeáveis, entre os quais silicone na confecção dos diafragmas – o poliuretano –, da camisinha feminina, de alguns preservativos e da esponja vaginal e o látex usado nos capuzes cervicais e preservativos masculinos.

Como a camisinha masculina deve ser colocada? E a feminina?
A camisinha masculina deve ser colocada logo após a ereção e antes da penetração, pela possibilidade de liberação de sêmen mesmo antes da ejaculação. É importante pressionar a extremidade do preservativo, para retirar o ar e reservar esse espaço para acomodar o volume do ejaculado seminal, e depois envolver todo o pênis, desde a glande até a sua base. Esses cuidados são fundamentais para manter a integridade do preservativo e reduzir os riscos de falhas do método. Além disso, recomenda-se retirar o pênis da vagina em seguida à ejaculação, para reduzir a possibilidade de extravasamento do sêmen.
A camisinha feminina oferece como vantagens a proteção dos genitais externos e não dependência do parceiro para o seu uso. Deve ser colocada antes do contato genital, cobrindo o canal que se estende da vulva até o colo do útero. Para tanto possui dois anéis flexíveis; um deles – fechado – é inserido no fundo vaginal, sustentando o revestimento do colo uterino, e o segundo anel – com abertura – permanece na vulva, mantendo a permeabilidade da vagina. Após a ejaculação, retira-se o preservativo apertando e torcendo o anel externo.

É importante sempre combinar um método de barreira com outro método contraceptivo? Por quê?
Essa combinação, denominada como dupla proteção, refere-se ao uso de um método contraceptivo associado ao preservativo – masculino ou feminino. Deve e pode ser usada em todas as relações sexuais, pelo destaque dos preservativos como o único método capaz de proteger contra doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a AIDS.

Quais são as chances de que a camisinha masculina falhe?
A probabilidade de falha é estimada pelo Índice de Pearl – pelo número de gestações entre 100 usuárias do método ao longo de 12 meses. Para a camisinha masculina as chances de gestação não intencional são de 2 a 15% e dependem do uso correto e consistente do método.
O que são os anticoncepcionais hormonais? Quais são as vantagens e desvantagens deste método? Que tipos de anticoncepcionais existem?
São substâncias sintéticas capazes  de bloquear os mecanismos naturais que favorecem a gravidez. Essas sinalizações inibitórias em vários pontos anatômicos – sistema nervoso central, ovários, trompas, endométrio, canal cervical – conferem a alta eficácia desse grupo.
Outra vantagem é a segurança – os efeitos colaterais graves são raros, porém são comuns os sintomas como dores de cabeça, sensibilidade das mamas, desconforto gástrico, alteração do peso corporal, entre outros, e podem ser fatores motivadores de descontinuidade.
Existem dois grandes grupos de anticoncepcionais hormonais – os combinados com estrogênio e progestogênio e os com progestogênios isolados –, que podem ser administrados por vias: oral, intramuscular, subdérmica, transdérmica, vaginal e intrauterina.

Quais são as chances de que a injeção de anticoncepcional hormonal falhe? Ela pode fazer mal à saúde?
Os injetáveis são métodos muito eficazes, os combinados – associação de estrogênio e progestogênio – são de uso mensal e têm estimativa de falha de 0,05%, enquanto que para o injetável com progestógeno isolado de uso trimestral a chance de falha é de 0,3% em 1 ano.
São métodos seguros para a maioria das mulheres, no entanto, os efeitos nocivos à saúde dependem de fatores de riscos individuais e da presença de algumas doenças que podem ser agravadas. Por isso, a avaliação médica é importante tanto na escolha como na prescrição dos métodos hormonais.

Como funciona o implante hormonal? E o anel vaginal? E o adesivo anticoncepcional? Eles realmente funcionam? São recomendados em todos os casos?
O implante hormonal disponível no Brasil – de uso subdérmico – é um bastão de 40 mm de comprimento por 2 mm de diâmetro que contém um hormônio no seu interior, responsável pela inibição da ovulação e de efeitos sobre o endométrio e o muco cervical quando liberado na corrente sanguínea. Pertence ao grupo de contraceptivos dos progestógenos isolados de longa duração – 3 anos – e, apesar da alta eficácia, índice de falha apenas de 0,05%, a descontinuidade é frequente pela alteração do padrão menstrual – tanto no intervalo como na duração.
O anel vaginal e o adesivo transdérmico são usados em esquemas mensais, pertencem ao grupo dos contraceptivos combinados. Vale lembrar que a associação dos dois hormônios proporciona melhor controle dos ciclos menstruais, além de inibir a ovulação, apresentar efeitos contraceptivos no endométrio e no muco cervical. São métodos com índices de falhas de 0,3 a 8%.
Os baixos índices de falhas desses contraceptivos certificam a eficácia. Porém, em relação à segurança, é oportuno salientar que existem determinadas situações clínicas que contraindicam o uso de métodos hormonais, inclusive essas vias alternativas.
O que são os métodos anticoncepcionais definitivos?
São aqueles realizados por intervenções cirúrgicas ou aplicação de dispositivos para interromper definitivamente as vias anatômicas de passagem dos gametas. Na mulher a laqueadura tubária bloqueia os condutos do óvulo em direção aos espermatozoides e no homem a vasectomia obstrui os ductos deferentes – impedindo o fluxo dos espermatozoides em direção à próstata e vesículas seminais.

Qual o melhor método contraceptivo?
Depende de cada caso. O melhor método contraceptivo é aquele que associa eficácia – permitindo o controle das gestações não planejadas –, aderência consistente ao uso – nesse sentido a participação do casal na escolha é essencial –, e a segurança – nesse contexto, a idade, o histórico reprodutivo, a presença de fatores de risco e de doenças necessitam de análises individualizadas.

Há outro método contraceptivo para o homem, além da camisinha?
Além da camisinha, outros métodos contraceptivos para o homem são: vasectomia, o coito interrompido, a abstinência periódica nos métodos comportamentais e – a novidade promissora – um contraceptivo hormonal injetável que interrompe temporariamente a produção de espermatozoides.

A mulher, no início de sua vida sexual, deve optar por qual método anticoncepcional?
Uma boa opção seria a dupla proteção – o uso dos preservativos associado a outros métodos –, que otimiza os benefícios contraceptivos com a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.
Conforme o tempo for passando, qual método ela deve usar?
A recomendação deve ser individualizada considerando-se a opção da usuária após a avaliação médica dos riscos e benefícios  de cada método. Em geral, as mulheres saudáveis, não fumantes e sem fatores de risco podem fazer uso de todos os métodos contraceptivos, inclusive os hormonais.

Faz mal usar o mesmo método contraceptivo por muito tempo? A eficácia é a mesma?
Os anticoncepcionais atuais são seguros para a maioria das mulheres. Apresentam baixas dosagens e, diferentemente dos contraceptivos hormonais antigos, com altas concentrações, podem ser utilizados por períodos prolongados.
O “fazer mal” depende de fatores individuais, os quais são avaliados através de critérios médicos no momento da prescrição e durante os períodos de seguimento.
A eficácia não se reduz com o tempo de uso, as falhas estão mais associadas ao uso inconsistente, tais como esquecimentos na tomada dos comprimidos, da interação com alguns medicamentos que diminuem os efeitos contraceptivos e situações que diminuem a absorção – como episódios de diarreia e vômitos.

http://idmed.terra.com.br/saude-de-a-z/indice-de-doencas-e-condicoes/anticoncepcao-metodos-chances-de-falha-e-recomendacoes/idade.html

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