TOC, ou transtorno
obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no
“Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais” da Associação de
Psiquiatria Americana, que se caracteriza pela presença de crises recorrentes
de obsessões e compulsões.
Entende-se por obsessão
pensamentos, idéias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela
queira. Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da
gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se
deles por algum tempo é realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras
e etapas rígidas e pré-estabelecidas que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns
portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode
acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a
agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num
obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família
inteira.
Classificação
Existem dois tipos de TOC:
a) Transtorno
obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com
frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;
b) Transtorno
obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício
da compulsão que alivia a ansiedade.
Causas
As causas do TOC não estão
bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema multifatorial. Estudos
sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas
cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar
também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.
Sintomas
Em algumas situações, todas
as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não caracterizam o TOC. O
principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos que levam à
realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da
pessoa.
Preocupação excessiva com
limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar certas palavras,
indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada
possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados com
morte, acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno
obsessivo-compulsivo.
Frequência
Em geral, só nove anos depois
que manifestou os primeiros sintomas, o portador do distúrbio recebe o
diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por isso, a maior parte dos
casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo
possa acometer crianças a partir dos três, quatro anos de idade.
Na infância, o distúrbio é
mais frequente nos meninos. No final da adolescência, porém, pode-se dizer que
o número de casos é igual nos dois sexos.
Tratamento
O tratamento pode ser
medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza antidepressivos
inibidores da recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam.
A terapia
cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada
eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que
gera ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam
ser melhores quando se associam os dois tipos de abordagem terapêutica.
É sempre importante
esclarecer o paciente e sua família sobre as características da doença. Quanto
mais a par estiverem do problema, melhor funcionará o tratamento.
Recomendações
* Não há quem não tenha
experimentado alguma vez um comportamento compulsivo, mas se ele se repete a
ponto de prejudicar a execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode ser
portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e precisa de tratamento;
* Crianças podem obedecer a
certos rituais, o que é absolutamente normal. No entanto, deve chamar a atenção
dos pais a intensidade e a frequência desses episódios. O limite entre
normalidade e TOC é muito tênue;
* Os pais não devem colaborar
com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem ajudá-los a enfrentar os
pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a ansiedade;
* O respeito a rituais do
portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira. Por isso, é
importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para tratamento;
* Esconder os sintomas por
vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se adia o tratamento,
mais grave fica a doença.
http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/toc-transtorno-obsessivo-compulsivo/
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