Com aval da
Anvisa, homens e mulheres podem aproveitar benefícios da imunização O HPV - vírus do papiloma
humano, do inglês -, traz dados alarmantes: segundo o Ministério da Saúde, 137
mil novos casos são registrados por ano no Brasil. Esse vírus é tido como o
responsável por 90% dos casos de câncer de colo do útero,
além de também atuar como protagonista em casos de câncer de pênis. Ele é o
principal responsável por inúmeras doenças da região genital - que compreende
colo, vagina, vulva e anus nas mulheres e, nos homens, pênis e anus. Assim como
as verrugas na região genital e da boca, os cânceres causados pelo vírus do
papiloma humano são recorrentes: no colo do útero, vulva, pênis e pele. Segundo
o ginecologista Claudio Emilio Bonduki, da Unifesp, o HPV ainda pode levar ao
câncer de vulva e de pele e provocar lesões na região oral, língua, faringe e
anus, devido ao contato em sexo oral ou anal.
A vacina contra HPV já existia para o público feminino. Mas os homens também
têm importante papel como vetores do HPV, ou seja, eles o carregam assim como
as mulheres, como explica a ginecologista Maricy Tacla, do Hospital das
Clínicas. "Enquanto eles não forem vacinados, assim como toda a população,
pessoas continuarão a ser infectadas", alerta. Por isso, desde o final de
maio de 2011, eles também podem ser imunizados contra o HPV. Saiba mais sobre
essa vacina: Tipos de vacina Há dois tipos de vacina contra HPV no Brasil: a bivalente e a quadrivalente.
Ambas protegem contra, no máximo, quatro tipos do vírus, entre os mais de 100
existentes. Isso significa que, mesmo com a aplicação da vacina, a proteção não
é 100% garantida. A bivalente protege apenas contra os tipos 16 e 18, responsáveis por cerca de
70% dos casos de câncer de colo do útero, vagina, vulva, anus e pênis. Já a
quadrivalente, que foi recentemente liberada para o público masculino, protege
contra esses antígenos e também contra os tipos 6 e 11, os principais agentes
de verrugas genitais e condilomas, que são as verrugas genitais produzidas pelo
vírus.
Hoje, o foco principal da vacina está em mulheres dos 9 aos 26 anos, no caso da
quadrivalente, e dos 10 aos 25, na bivalente - em especial para aquelas que
ainda não iniciaram sua vida sexual. Segundo Maricy Tacla, isso acontece porque,
teoricamente, a mulher ainda não teve contato com o vírus, o que aumenta a
eficácia da aplicação. Para os homens, vale a mesma faixa etária, lembrando que
eles podem tomar apenas a quadrivalente.
Contraindicações e efeitos colaterais
Fora a restrição de idade - que acontece porque a Anvisa permite apenas a aplicação da vacina em públicos onde estudos clínicos comprovaram sua eficácia - e as pessoas que são alérgicas a algum componente da medicação, ainda não há outras contraindicações. Até mesmo portadores do vírus HIV ou pessoas que já tiveram ou têm HPV e outras DSTs, lembra Bonduki, podem tirar proveito da imunização, já que existem vários tipos de vírus HPV, não apenas aquele que afetou o portador. Existem, ainda, os casos chamados "off label": pessoas fora dos grupos especificados pela Anvisa, mas que podem tomar a vacina por solicitação médica.
Contraindicações e efeitos colaterais
Fora a restrição de idade - que acontece porque a Anvisa permite apenas a aplicação da vacina em públicos onde estudos clínicos comprovaram sua eficácia - e as pessoas que são alérgicas a algum componente da medicação, ainda não há outras contraindicações. Até mesmo portadores do vírus HIV ou pessoas que já tiveram ou têm HPV e outras DSTs, lembra Bonduki, podem tirar proveito da imunização, já que existem vários tipos de vírus HPV, não apenas aquele que afetou o portador. Existem, ainda, os casos chamados "off label": pessoas fora dos grupos especificados pela Anvisa, mas que podem tomar a vacina por solicitação médica.
Além disso, não há evidências de efeitos
colaterais, apenas possíveis desconfortos locais, como edemas e dor onde a
injeção foi aplicada. Estudos também indicam não haver risco na aplicação dessa
vacina em conjunto com a da Hepatite B.
Como funciona
A aplicação é feita em três etapas. Com a bivalente, a segunda dose é aplicada depois de um mês da primeira e, a terceira, após cinco meses da segunda. Já na quadrivalente, a segunda fase acontece apenas dois meses após a primeira e, a terceira, também seis meses depois da inicial.
A vacina apresenta substâncias obtidas do vírus do HPV, modificado em laboratório. Ao serem aplicadas no nosso organismo, essas substâncias estimulam o sistema imunológico a combatê-las, o que desencadeia a produção de anticorpos neutralizantes. Até agora, os cientistas conseguiram confirmar que esses anticorpos duram dez anos.
A má notícia é que essa imunização ainda não está disponível na rede pública de saúde. A ginecologista Maricy conta que isso se deve a vários fatores. Um deles é o alto custo das aplicações - segundo Claudio Bonduki, há uma variação de R$250,00 a R$350,00 por dose, dependendo da clínica que realizará a intervenção. "Outro problema é o processo exigido pelo Ministério da Saúde para que uma vacina seja incluída no calendário de imunizações. Muitas pesquisas são necessárias, o que atrasa o processo", lamenta Maricy Tacla.
Quem estiver interessado deve procurar um ginecologista ou um urologista. O clínico geral também pode ser procurado e, para as crianças, o ideal é consultar um pediatra.
Como funciona
A aplicação é feita em três etapas. Com a bivalente, a segunda dose é aplicada depois de um mês da primeira e, a terceira, após cinco meses da segunda. Já na quadrivalente, a segunda fase acontece apenas dois meses após a primeira e, a terceira, também seis meses depois da inicial.
A vacina apresenta substâncias obtidas do vírus do HPV, modificado em laboratório. Ao serem aplicadas no nosso organismo, essas substâncias estimulam o sistema imunológico a combatê-las, o que desencadeia a produção de anticorpos neutralizantes. Até agora, os cientistas conseguiram confirmar que esses anticorpos duram dez anos.
A má notícia é que essa imunização ainda não está disponível na rede pública de saúde. A ginecologista Maricy conta que isso se deve a vários fatores. Um deles é o alto custo das aplicações - segundo Claudio Bonduki, há uma variação de R$250,00 a R$350,00 por dose, dependendo da clínica que realizará a intervenção. "Outro problema é o processo exigido pelo Ministério da Saúde para que uma vacina seja incluída no calendário de imunizações. Muitas pesquisas são necessárias, o que atrasa o processo", lamenta Maricy Tacla.
Quem estiver interessado deve procurar um ginecologista ou um urologista. O clínico geral também pode ser procurado e, para as crianças, o ideal é consultar um pediatra.
Entenda os riscos do HPV
O vírus HPV é um grande vilão da saúde, em especial feminina. Além de câncer e doenças na região genital das mulheres e no pênis e ânus dos homens, o vírus HPV é relacionado a lesões e neoplasias na região da orofaringe - que compreende a cavidade bucal, da raiz da língua até a epiglote, uma espécie de lâmina que fecha a ligação da faringe com a glote -, como carcinomas (tumores malignos) e uma doença chamada papilomatose laríngea recorrente, que leva a lesões na laringe e que, segundo Maricy, tem difícil tratamento e pode levar a danos importantes nos órgãos dessa área do corpo.
Por ser uma DST - doença sexualmente transmissível -, a principal via de proteção é acamisinha. Entretanto, nem o seu uso livra da contaminação. O ginecologista Bonduki lembra que o contato da região de vulva, onde a camisinha não protege, pode permitir a transmissão.
Embora a imunização não esteja disponível na rede SUS, existem campanhas contra o câncer do colo do útero que incentivam mulheres a realizarem o Papanicolau, principal exame na detecção deste mal, que deve ser feito, no mínimo, anualmente.
O vírus HPV é um grande vilão da saúde, em especial feminina. Além de câncer e doenças na região genital das mulheres e no pênis e ânus dos homens, o vírus HPV é relacionado a lesões e neoplasias na região da orofaringe - que compreende a cavidade bucal, da raiz da língua até a epiglote, uma espécie de lâmina que fecha a ligação da faringe com a glote -, como carcinomas (tumores malignos) e uma doença chamada papilomatose laríngea recorrente, que leva a lesões na laringe e que, segundo Maricy, tem difícil tratamento e pode levar a danos importantes nos órgãos dessa área do corpo.
Por ser uma DST - doença sexualmente transmissível -, a principal via de proteção é acamisinha. Entretanto, nem o seu uso livra da contaminação. O ginecologista Bonduki lembra que o contato da região de vulva, onde a camisinha não protege, pode permitir a transmissão.
Embora a imunização não esteja disponível na rede SUS, existem campanhas contra o câncer do colo do útero que incentivam mulheres a realizarem o Papanicolau, principal exame na detecção deste mal, que deve ser feito, no mínimo, anualmente.

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