Por Alessandra Borges
Dentre
todos os temas fundamentais na orientação e educação dos filhos está a questão
da educação sexual. Um assunto que gera ansiedade, medo, curiosidade e leva a
grandes descobertas. Razão pela qual é preciso que os pais saibam a importância
do diálogo sobre esse assunto na infância e adolescência de seus filhos.
A
sexualidade está intimamente ligada ao prazer do corpo, por isso podemos dizer
que apreciar um sorvete, relaxar após uma massagem, desfrutar de um carinho,
abraçar ou beijar têm relação com esse tema. Embora para muitos ela
[sexualidade] esteja apenas associada única e exclusivamente ao erotismo e à
relação sexual em si.
Indiferentemente
de ser menino ou menina, a sexualidade está ligada à afetividade e à construção
da personalidade humana. Durante a infância, os filhos são educados pelos pais
de forma abrangente, por isso é necessário que, desde cedo, a família discuta
esse e outros importantes assuntos com eles.
“Usar como recurso filmes
para comentar algum assunto ou presentear os filhos com livros sobre o tema são
maneiras interessantes quando os pais percebem que está muito difícil se
comunicar com eles [filhos] sobre isso”, exemplificou a orientadora.
A psicóloga
e educadora sexual Ana Canosa orienta os pais a iniciar, ainda na infância, o
diálogo sobre sexualidade com os filhos. O ideal é que a conversa seja ampla e
esclareça não só as questões sobre os órgãos reprodutivos do homem e da mulher,
como também os cuidados com o próprio corpo, como higiene, os limites do toque,
as brincadeiras, entre outros.
“Há muitos
momentos adequados para isso acontecer. Desde o momento em que os pais estão
dando banho nos filhos e, estes perguntam sobre a diferença dos genitais, até
quando estes começam a se automanipular na fase de tirar a fralda ou, mais
adiante, quando começam a perguntar diretamente: ‘O que é de menina? Ou ‘O que
é de menino?’, ‘De onde vêm os bebês?’”, disse Canosa.
De acordo
com a terapeuta, o diálogo é a base de tudo, portanto, ao conversar com uma
criança sobre o seu corpo e as dúvidas que vão surgindo, não fique tímido,
responda de forma objetiva e com uma linguagem que ela possa entender. Lembrando-se
sempre de usar frases curtas e palavras simples para as orientações, pois esta
é uma maneira de sociabilizá-las em relação à sexualidade.
“Os pais
precisam ensinar seus filhos sobre os limites que devem colocar aos outros
durante toda a vida, para que aprendam a preservar seu prazer individual e se
defender de abusos físicos ou psicológicos. Quanto menos a família permite que
a sexualidade seja um assunto debatido abertamente, mais o script sexual do
adolescente estará contaminado pelo medo, pela ignorância, pela culpa ou pelo
descuido”, salienta a psicóloga.
Outro ponto importante, ressaltado por essa profissional, é a
relevância do diálogo que os genitores devem manter com os filhos durante toda
a infância e adolescência, não se restringindo apenas às questões físicas, mas
também aos relacionamentos e à realidade do mundo.
Muitos pais
costumam enfrentar dificuldades ao dialogar com os filhos. Isso, muitas vezes,
é fruto da experiência que eles próprios tiveram ao ser educados. Muitos
genitores sentem vergonha de falar sobre sexualidade com os filhos, pois, na
adolescência, não tiveram essa conversa com os pais.
“Os pais
têm medo de ‘sexualizar’ a criança quando trazem o assunto para dentro de casa
e também têm dificuldade de se aproximar do jovem, pois este, na adolescência,
tende a se fechar quando o tema é intimidade. Por essa razão, a conversa
construída ao longo de toda a vida da pessoa é a melhor opção, por tirar
inibições e permitir que a maneira de falar seja boa e eficaz”, destacou a
psicóloga.
Oriente,
eduque e mantenha sempre uma boa conversa com seus filhos, pois, hoje, eles são
educados, mas, no futuro, serão eles os educadores.
Sexualidade X Mídia
Os pais
educam os filhos com carinho e sabedoria, mas, muitas vezes, estes valores
podem sem descaraterizados pelos meios de comunicação e pelo ambiente em que
estes estão inseridos.
Os
programas de TV estão, cada vez mais, enaltecendo a sexualidade ao mostrar
homens e mulheres seminus. Diante desses exemplos, como os pais devem lidar com
a situação e como fica a sexualidade da criança com esses modelos?
A educadora sexual explica que as crianças de hoje vivem numa
outra realidade, diferente da vivida pelos pais.
“Os tempos
são outros. Se a sociedade está mais erotizada, certamente isso acontece para
todos. E as crianças também são afetadas por esse padrão de comportamento: da
importância do corpo, da roupa, da atitude sensual”, enfatizou Ana.
A adolescência precoce traz
algumas consequências de acordo com essa profissional: “O encurtamento da
infância, a contradição entre um corpo que deseja e está em contato com o corpo
do outro e a falta de maturidade emocional dos jovens. A maior exposição a
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e à gravidez não planejada, já que os
jovens são muito vulneráveis em todos os aspectos. Por outro lado, a
consequência positiva é que hoje esse assunto não é mais um tabu”, citou a
psicóloga. http://destrave.cancaonova.com/a-sexualidade-faz-parte-da-educacao-infantojuvenil/

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