Nas relações sexuais sem
proteção, seja porque a camisinha não foi usada ou porque se rompeu durante a
penetração, é maior o risco de ocorrer uma gravidez não planejada e, o mais
assustador, o risco de infecção por agentes das doenças sexualmente transmissíveis.
Nesses casos, não adianta se
desesperar. Existem medidas de prevenção que podem ser adotadas após uma
relação desprotegida. Aqui, vamos nos concentrar na transmissão do HIV e deixar
a discussão de outras DSTs para uma segunda oportunidade.
Depois do contato sexual, o HIV pode levar até 72 horas para
conseguir atravessar a superfície dos genitais, vencer as defesas naturais do
corpo e finalmente infectar a pessoa. Esse período pode representar uma janela
de oportunidade terapêutica, pois existem alguns remédios contra o HIV que
podem bloquear a infecção. O uso dessas medicações após contato sexual de risco
recebe o nome de Profilaxia Pós-Exposição, também conhecida pela sigla PEP (do
inglês, Post Exposure Prophylaxis).
Qual é a ideia? O remédio chega
nos genitais antes do estabelecimento da infecção. Vários estudos em animais e
evidências em estudos clínicos apontam que se trata de uma medida eficaz. De
fato, já aplicamos esse conceito em outras situações semelhantes. Por exemplo,
quando um profissional de saúde se acidenta com uma agulha contaminada,
adotamos o mesmo princípio de prevenção e o profissional recebe os remédios
contra o vírus no prazo de 72 horas.
O que utilizamos? Os mesmos
medicamentos indicados para tratar os portadores do vírus da AIDS. Por quanto
tempo? A recomendação atual é que sejam mantidos por 28 dias. Evidentemente,
quanto mais cedo a pessoa iniciar PEP, menor a chance de contrair o HIV. No
entanto, se a relação ocorreu há mais de 72 horas, a medicação deixa de
produzir efeito e não é mais indicada.
Quem teve uma relação sexual sem proteção deve procurar os
Serviços Ambulatoriais de Atenção Especializada em HIV e Aids (SAE) ou os
Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Os endereços desses serviços em
cada região estão disponíveis no site do Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais do
Ministério da Saúde ou na página de serviços da Agência de Notícias
da AIDS
Cada caso deve ser avaliado
individualmente. O risco de infecção pode variar de acordo com as
circunstâncias em que se deu a relação: quem foi o/a parceiro/a, qual foi o
tipo de relação, se houve penetração vaginal ou anal, se houve ejaculação ou
não, há quanto tempo e quantas vezes aconteceu. Além disso, como as medicações
podem causar efeitos colaterais – principalmente náuseas, vômitos, diarreia,
tontura ou interações com remédios que a pessoa já usa – é fundamental que um
médico com experiência no assunto avalie se a PEP é realmente necessária e faça
o acompanhamento do paciente com novas consultas e exames laboratoriais.
Uma relação sem proteção pode
também servir para nos relembrar da importância da camisinha: o uso do
preservativo é sempre a maneira mais eficiente para proteger contra o HIV e
outras doenças sexualmente transmissíveis.

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