A
religiosidade é uma boa maneira de ensinar valores como a caridade e o respeito
ao próximo
Por Carolina
Werneck
Diz o ditado que futebol, política e religião não devem ser discutidos, cada um tem suas
preferências e o mais acertado é mesmo guarda-las para si mesmo. Mas, no que se
refere a filhos, oferecer algum tipo de orientação religiosa – preferencialmente desprendida de rótulos
– pode ser uma boa maneira de ensinar a eles valores como a caridade e o amor
ao próximo.
Quando introduzir o assunto na educação dos pequenos e como fazê-lo para que não se sintam
forçados a adotar essa ou aquela religião, além do cuidado para não desenvolver
neles nenhum tipo de preconceito ou ódio motivado pela fé, são questionamentos
comuns e importantes entre os pais.
Em que idade começar?
Segundos
especialistas, é importante passar para os filhos noções gerais sobre o bem e o
mal desde a mais tenra idade. Elas precisam entender que devem respeitar os
demais, de modo que a regra geral a ser passada é “não devo fazer com os outros
o que eu não gostaria que fizessem comigo”. Essa noção é o suficiente para os
primeiros anos de vida.
Para
uma criança menor de sete anos, é muito difícil separar o que é material do que
é abstrato.
Por
isso falar de Deus antes dessa idade é delicado. Uma criança muito pequena não
consegue entender Deus sem vinculá-lo à imagem de um senhor barbudo, que habita
os céus, ou seja, sem criar uma imagem “material” para si mesma.
O ideal
é explicar para os mais novinhos a diferença entre bem e mal, sem associar
essas definições a uma igreja ou crença determinada. Caso deseje dar um
direcionamento específico para uma igreja, você pode encorajá-los a frequentar
aulas de evangelização para crianças, mas cuidado para não forçar a situação.
Crianças que frequentam esse tipo de ambiente de porque são obrigadas a isso
tendem a desenvolver aversão ao invés de simpatia.
De
acordo com a psicóloga Aimê dos Santos Alves, “o sentimento da religiosidade
deverá aparecer com o passar do tempo, uma vez que o ser humano deve ter a
liberdade de escolha. Então, para os pequenos, vamos transmitir, através de
exemplos e de diálogo, o sentimento de solidarieda, de cidadania, de
participação, de amor e respeito ao próximo e à natureza. No decorrer do tempo,
com a idade, os gostos e as escolhas passam por mudanças, mas os princípios
morais e éticos com certeza se solidificarão, de modo que nossas crianças
saberão o caminho a tomar”.
A espiritualidade é uma forma simples e
coerente de ensinar
valores morais,
éticos e familiares para os pequenos. Crianças que recebem noções referentes ao
tema crescem com uma melhor estrutura emocional e moral.
Não estimule o preconceito
A partir do momento em que seu filho
demonstrar interesse por uma ou outra religião, passe a dialogar com ele sobre
a necessidade derespeitar
as escolhas religiosas das demais pessoas. Isso é importante para evitar que ele
desenvolva preconceitos de qualquer espécie quanto às demais crenças e
doutrinas religiosas.
Essa dica também é válida para o caso de
a criança acabar seguindo a mesma religião dos pais.Estimular comportamentos de discriminação ou ideias pré-formuladas sobre realidades que você não
conhece de maneira apropriada, além de errado, prejudica o relacionamento de
seus filhos com o restante da sociedade.
Em um
mundo em que a integração entre diferentes mentalidades e ideologias é cada vez
mais difundida, vale a pena passar esse tipo de valor positivo para as novas
gerações.

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