domingo, 19 de fevereiro de 2012

Mudar é preciso, até na sexualidade!


para mudar conceitos e atitudes para conosco e com os outros do que o período de festas de fim de ano e a entrada do ano novo. É uma deliciosa época de reciclagem. Buscar saúde, bem-estar, sexualidade saudável, administrar o tempo da vida profissional e pessoal visando o prazer de viver é o objetivo e meta a serem alcançados no próximo ano, para maioria das pessoas.

A vida está no movimento, na mudança. Inércia equivale à morte. Quando tentamos ou queremos evitar mudanças, estamos, no fundo, evitando o movimento da vida. E isso não é diferente no contexto da sexualidade entre os pares. Acreditamos que mudar é sempre preciso. Mas como mudar a sua vida sexual?

Sem duvida, não é possível oferecer uma receita universal e milagrosa. Sabemos, por outro lado, que o ser humano é por natureza resistente às mudanças, quaisquer que sejam elas. Temos medo de mudar com medo de sofrer, mas muitas vezes sentimos que precisamos mudar, mas como, se temos medo do que não conhecemos? Costumo lembrar que “o maior sofrimento, às vezes, é manter-se do jeito que está”. Mas sei que, de um modo geral, as pessoas temem o novo, o inesperado, e ficam mais “protegidas” com a repetição.

Tentando ajudar essas pessoas, proponho algumas regras no sentido da mudança, visando enriquecer a vida sexual a dois.

A primeira regra diz: fuja da monotonia sexual. O poeta e psicólogo mineiro Wolber de Alvarenga é muito feliz quando diz: “Nós nos repetimos com medo de morrer, sem saber que morremos quando nos repetimos”. Viver é criar, e sexo é vida. Portanto, no sexo tem que existir criatividade, a busca de relações sexuais atraentes. Em um dos meus livros – “Sexualidade Humana” – já chamava a atenção do papel importante que tem o fenômeno de habituação ou monotonia sexual no casamento, pode ser a origem da disfunção de desejo sexual tanto do homem quanto da mulher (na mulher conhecida como “frigidez”). Diga não ao sexo metódico, sempre feito na mesma hora, da mesma maneira e no mesmo local.

Uma segunda regra: estimule a fantasia sexual. Para a sexóloga americana Kaplan, o sexo pode ser definido por “2 efes”: o F grande de fantasia e o f pequeno de fricção. Compartilhe a fantasia, seja permissivo com suas fantasias e viva, sem culpa, experiências auto-eróticas (masturbação), independentemente de ser homem ou mulher, tendo ou não parceira.

Uma terceira regra: programe metas visando o lazer e a atividade física, buscando um corpo vigoroso (não estou dizendo belo, nem musculoso). Não há como separar a gaveta sexual da gaveta do cotidiano. Sexo também é ecologia, podendo ser destruído por convenções, instituições e ideologias. Pratique ecologia também para seu corpo e mente. Lazer com prazer, que significa momentos de ócio. Que valor tem o lazer sem o ócio, em que você é prisioneiro do celular e do acesso de seu e-mail? Uma mente tranquila e um corpo vigoroso podem funcionar como verdadeiros afrodisíacos.

Uma quarta regra: mantenha a idéia de que o sexo pode ser o esporte mais saudável de todos. Porém, não o carregue na rigidez das regras, valores e juízes. Lembre-se sempre de que em sexo não há conquista, há trocas. É um mito acreditar na pessoa “boa de cama”, pois sexualidade não é qualidade da pessoa e sim qualidade da interação entre elas.

Como última regra: aceite a sua condição humana de imperfeição. Valorize o que você tem e, se precisar, procure seu médico para recuperar a saúde e a “vigor” que você já teve.

O importante é que procure ser você mesmo, e mude o que precisar para continuar a ser o mesmo, buscando ser feliz sempre!

Gerson Lopes é editor do site V & S

http://www.vinhoesexualidade.com.br/Sexualidade/Artigos/Artigo.aspx?i=498

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