domingo, 19 de fevereiro de 2012

Onde está o Prazer Sexual Feminino?


Historicamente, sempre houve um verdadeiro controle do prazer sexual feminino, muitas vezes até negado, determinando menos estudos e definições sobre esse tema. Muitas pessoas até confundem os nomes dos órgãos genitais. Assim, é importante recordar que a vulva é a parte visível da genitália, e nela está localizado o clitóris, a mais importante região da mulher. A vagina é o canal interno não visível.

Também os termos “orgasmo vaginal” e “orgasmo clitoriano”, apesar de muito usados, são, com frequência, mal definidos. Deve-se a estudiosos, como Masters e Johnson, as investigações mais consistentes sobre a anatomia e fisiologia da resposta sexual humana. Para eles, o orgasmo clitoriano e o orgasmo vaginal não são entidades separadas. Os estudos mostram que o clitóris tem o papel de receptor e transformador das sensações eróticas, qualquer que seja o estímulo (direto ou indireto, psíquico ou somatogênico) aplicado sobre ele. A partir do estímulo clitoriano, a vagina terá sua primeira resposta, que é a lubrificação, sendo as contrações vaginais a principal alteração fisiológica da fase orgásmica. Também são importantes fontes de estímulos: os pequenos lábios e o intróito vaginal. O interior da vagina mostra-se insensível à grande maioria das mulheres.

Assim, o orgasmo tem estimulação direta ou indireta no clitóris. Diversos estudos mostram que é pela masturbação, entre todos os tipos de atividade sexual, que a mulher atinge, com mais freqüência, o orgasmo, ao contrário da relação sexual “apenas” com a penetração do pênis, durante a qual, muitas mulheres não atingem o orgasmo. Para a maioria das mulheres as famosas “preliminares” são essenciais para seu gozo, mas gostam de ser penetradas por um pênis, uma importante representação simbólica.

No sexo, como no cotidiano, o “normal” nem sempre é o que a maioria gosta. Cada um deve perceber o que sente e do que gosta. A comunicação sobre os gostos sexuais entre os pares deve ser sempre estimulada, e é bom lembrar que, se for difícil usar as palavras, os sons, os movimentos e os gestos são muito bem compreendidos. É informando e “lembrando” o que cada um gosta, do que seja feito com seu corpo, que o contato sexual ganha em qualidade. Apesar de o toque no local certo ser muito importante, o “essencial” é que o “pensamento” esteja entregue ao prazer. Assim, o ato sexual é um composto f-F (fricção e FANTASIA) – mais FANTASIA do que fricção. Na verdade, “Pensamentos eróticos liberam fantasias e seduzem nosso maior órgão sexual... O cérebro!”

Angelina Maia, colaboradora do site V & S, é Ginecologista especialista em prevenção do câncer, doenças da vulva e sexualidade. Tel: (21) 3221-2927 - http://www.angelinamaia.com.br

http://www.vinhoesexualidade.com.br/Sexualidade/Artigos/Artigo.aspx?i=510

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