Actualmente, a actividade física é uma questão de saúde
pública. Os benefícios inerentes à prática da actividade física são amplamente
reconhecidos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a actividade física
reduz o risco de morte prematura por doenças cardiovasculares, diabetes do tipo
II e cancro do cólon, reduz ainda a depressão e a ansiedade, ajuda a controlar
o peso corporal, a reduzir a hipertensão arterial, a manter a saúde e o bom
funcionamento do sistema músculo-esquelético, a melhorar a mobilidade e a
promover o bem-estar psicológico.
Poderemos começar a falar dos benefícios da actividade física
utilizando uma visão retrospectiva de alguém idoso que já tarde (uma vida
inteira) percebeu aquilo que hoje vos transmito:
“Se eu
soubesse que iria viver tanto tempo,…teria cuidado melhor de mim.”
Idoso anónimo
Idoso anónimo
Felizmente os avanços da medicina permitem-nos viver mais
anos. Mas aquilo que importa perceber é em que estado iremos viver. Já
perguntou a si próprio como é que acha que irá ser o seu estado de saúde na
velhice? O que é que pretende fazer para poder ter uma boa qualidade de vida
depois dos 60 anos, ou mesmo até antes? E se existisse um comprimido
“milagroso” que tomado todos os dias, permitisse diminuir em 20% a
probabilidade de vir a contrair cancro, em 30% a probabilidade de ter uma
doença cardíaca, em 50% a probabilidade de vir a ter diabetes, e que o ajuda-se
a viver mais e com melhor saúde à medida que vai envelhecendo?
Quanto é que você estaria disposto a pagar por
isso?
Iríamos insistir com os nossos filhos,
pais, familiares, amigos, para o tomarem? É sobre a importância desse
comprimido “milagroso” que vamos falar. Esta bênção infelizmente não é
utilizada por todos, pois tem uma contrapartida. Precisa da força de vontade para ser activado e assim libertar e exercer as
suas qualidades promotoras da saúde. Apresento-vos:
A Atividade Física
O
RESULTADO DA EVOLUÇÃO
O nosso corpo evolui ao longo dos milhares de anos, aquilo
que somos hoje desenvolveu-se baseado no esforço, nas dificuldades, na
privação, na dureza do clima. Os órgãos foram-se constituindo e desenvolvendo,
preparados para o esforço. A vida dependia muito mais da força muscular que nos
dias de hoje, todas as estruturas internas que nos constituem, necessitam de um
determinado grau de esforço para estabelecerem o equilíbrio homeostático, só
assim funcionarão bem e de forma saudável.
Utilizamos muito menos as funções adaptativas do que os nossos
antepassados. Sobretudo nos últimos 50 anos, habituámo-nos ao meio, por
mecanismos criados pela inteligência e não pelos mecanismos fisiológicos. O
esforço muscular não foi completamente eliminado mas tornou-se muito menos
frequente. Suprimindo o esforço muscular da vida quotidiana, suprimimos também,
sem o sabermos, o constante exercício a que se entregavam os órgãos internos
para manter o equilíbrio. Como é sabido, os músculos consomem açúcar e
oxigénio, produzem calor, e libertam ácido láctico para o sangue em circulação.
Para se adaptar a estas mudanças, o organismo é obrigado a pôr em acção o
coração, o aparelho respiratório, o fígado, o pâncreas, os rins, as glândulas
sudoríferas, o sistema cérebro-espinal e o sistema nervoso simpático.
Partindo do principio da evolução: O que
não se usa atrofia
Em suma, é provável que os exercícios do dia a dia ou mesmo
os de baixa intensidade, não sejam, o equivalente à actividade muscular
contínua que os nossos antepassados exerciam. Hoje o esforço físico dispendido
é drasticamente menor, e isto torna-se prejudicial para nós! A actividade de
todos os sistemas do corpo exercem uma poderosa influência no desenvolvimento
saudável do indivíduo. Sabemos que o funcionamento, em vez de gastar as
estruturas anatómicas, as torna mais resistentes. Assim a utilização das
actividades orgânicas e mentais é o meio mais seguro de melhorar a qualidade
dos tecidos e consequentemente da vida.
No entanto a actividade tem mais
benefícios, quando existe uma prática de exercício
físicoprogramado e regular com intensidades que mobilizem a
capacidade de adaptação do organismo.
Tomando o conceito de saúde como um estado positivo, e não
mera ausência de doença, tal como preconiza a Organização Mundial de Saúde
(OMS), é necessário promover comportamentos de saúde (neste caso específico a
promoção de exercício físico), tendo em conta as diferentes idades, aspectos
culturais e educativos.
EXERCÍCIO
FÍSICO E SAÚDE
Um estilo de vida activo, incluindo uma prática regular de
exercício físico, como tem sido insistentemente sublinhado, permite melhorar a
qualidade de vida dos indivíduos de várias formas, sendo frequentemente salientados
benefícios físicos e psicológicos associados à prática de exercício físico:
§ Na manutenção ou desenvolvimento das estruturas ósseas e
musculares
§ Na prevenção ou redução da tensão arterial
§ Aumento da capacidade de resposta do organismo para combater o stress
§ Alívio da tensão muscular
§ Redução da dor
§ Melhor percepção de bem-estar
§ Uma maior percepção de eficácia e controlo pessoal
§ Período de actividade que possibilita um tempo de afastamento
e distracção face aos problemas do quotidiano
O exercício físico reduz o risco de morte prematura por
doenças cardiovasculares, diabetes do tipo II e cancro do cólon, reduz ainda a
depressão e a ansiedade, ajuda a controlar o peso corporal, a reduzir a
hipertensão arterial, a manter a saúde e bom funcionamento do sistema
músculo-esquelético e melhorar a mobilidade. No entanto, apesar das evidências,
os estudos sugerem que a percentagem de praticantes é muito reduzida. Os inquéritos
de saúde (OMS) realizados no mundo são notavelmente semelhantes: a percentagem
de adultos sedentários ou quase sedentários flutua de 60% a 85%. A cultura
actual leva milhões de pessoas a um ponto em que é urgente a implementação de
medidas eficazes para promover a actividade física e melhorar a saúde.
O exercício físico pode prevenir:
§ Osteoporose
§ Diabetes
§ Hipertensão
§ Enfarte
O exercício físico melhora:
§ Capacidade de se cuidar
§ Auto-estima
§ Capacidade funcional
§ Postura
§ Imunidade ás infecções
§ Padrões do sono
§ Recuperação de doença e cirurgias
§ Desempenho fisiológico
O exercício Físico reduz:
§ Dor
§ Obesidade
§ Fadiga
§ Incontinência
§ Necessidade de alguns medicamentos
§ solidão
A falta de exercício pode contribuir para:
§ Problemas cardíacos
§ Asma
§ Múltiplas incapacidades
§ Angina de peito
A incapacidade poderá causar algumas
complicações como:
§ Trombose venosa profunda
§ Edemas
§ Constipação
§ Depressão e ansiedade
§ Dependência
§ Quedas e lesões
§ Má circulação
Benefícios para o coração
Melhora o funcionamento do coração (para um mesmo esforço, o
trabalho cardíaco passa a ser menor). Aumenta a resistência aos esforços
físicos e ao stress. Reduz doenças cardíacas (angina, enfarto, arritmias,
insuficiência etc). Aumenta a sobrevida até mesmo nas pessoas que já tiveram um
enfarto. Estimula uma melhor vascularização (aumento da irrigação de sangue
para o próprio coração), o que garante melhor funcionamento do órgão. Reduz
factores de risco para artérias coronárias – como pressão arterial e
colesterol.
Benefícios para a Depressão
A actividade física ajuda as pessoas a
sentirem-se melhor, com reflexo na melhoria do humor e estado reduzido de traço
de ansiedade. Também
pode ajudar as pessoas a sentirem-se melhor acerca de si mesmo através da
melhoria de auto-percepções corporais, e pode melhorar a auto-estima,
especialmente naqueles com baixa auto-estima.
Benefícios para as costas
Uma variedade de actividades de resistência que não provoquem
demasiado stress na parte inferior das costas pode aliviar a dor lombar.
Actividades gerais de lazer são recomendadas para pessoas com dor lombar.
Melhoria da capacidade pulmonar
A actividade física aumenta a rede de pequenos vasos que
irrigam os alvéolos pulmonares (estruturas de troca de gases), melhorando o
aproveitamento de oxigénio pelos pulmões. Desse modo, a respiração fica mais
eficiente.
O QUE É
A BOA FORMA?
Não é necessário ser um atleta de alta competição, não é
necessário ser um exímio levantador de pesos, nem tão pouco treinar horas a fio
ou ser muito musculado ou fazer proezas físicas.
A boa forma é: O estado que permite a pessoa melhorar e manter a capacidade
de resistir e tolerar as exigências internas e externas, sem prejuízo físico e
psicológico.
Recomendações sumárias para a actividade
física, saúde e bem-estar
A actividade física deve:
A actividade física deve:
§ envolver vários grupos musculares
§ ser praticado com regularidade e se possível diariamente
§ aumentar progressivamente
Na prática, um exercício ritmado com intensidade
significativa, tal como caminhadas de 20-30 minutos, preencherá os requisitos
descritos
Para se retirar o
máximo beneficio, a actividade física deve :
§ incluir alguns períodos de actividade física intensa
§ incluir uma vasta gama de exercícios aeróbios e anaeróbios
§ exercitar grande parte dos músculos do tronco e membros
inferiores
§ ser mantido ao longo da vida
Dicas para quem
pretende iniciar a prática de exercício físico:
§ Frequência – 3 a 5 vezes por semana com 1 ou 2 dias de
descanso para recuperação
§ Intensidade – fraca a moderada, inicie com ritmos fracos e
construa a sua resistência sobre um período de tempo prolongado (mais de 2
meses)
§ Um programa de treino para ter sucesso deverá ser
individualizado
§ Um só programa não funciona para todas as pessoas
Actividade Aeróbica
Sabe-se que uma actividade aeróbia com duração entre 20 a 30
minutos, surte em ganhos significativos ao nível da saúde e bem-estar, no entanto
dever-se-á levar em consideração os conceitos de:
§ Duração
§ Intensidade
§ Frequência
§ Tipo de actividade
§ Tipo de supervisão
A prática de exercício físico pontual e não organizado não
surte o mesmo efeito que os benefícios gerados por uma actividade mais vigorosa,
regular e programada, mais particularmente na libertação de endorfinas. A maior
parte das pessoas necessita de alguns meses de prática regular, para atingir os
níveis de frequência, intensidade e duração adequados que permitam mudanças
positivas significativas.
PRECAUÇÕES
PARA UM COMEÇO SAUDÁVEL:
Para evitar dores e lesões, você deverá programar um aumento
na atividade física devagar e gradual até o valor desejado para dar ao corpo
tempo para se adaptar. Pessoas com problemas de saúde crónicos, tais como
doenças cardíacas, diabetes ou obesidade, ou os que estão em alto risco para
estes problemas devem consultar um médico antes de iniciar um programa de
actividade física. Além disso, homens com mais de 40 anos de idade e mulheres
acima de 50 anos que pretendem iniciar um programa de nova actividade física
vigorosa deve previamente consultar um médico para ter certeza que não têm
doença cardíaca ou outros problemas de saúde.
Numa perspectiva de educação para a saúde, considerando a
prática de actividades físicas um comportamento de saúde num paralelo com
outros comportamentos de saúde (cuidados de saúde primários, alimentação,
prevenção de consumos, prevenção de comportamentos sexuais de risco), a
eficácia na modificação de comportamentos no sentido da adopção de um estilo de
vida activo que inclua a prática de actividades físicas passa por um diverso
conjunto de estratégias (tais como: compreender a história do comportamento
visado; identificar determinantes sociais, situacionais, cognitivas e emocionais;
mudança de comportamentos, entre outros). Quando nos referimos a estudos sobre
a adopção de estilos de vida activos, consideramos, por um lado, os efeitos da
actividade física sobre o estado físico e mental dos indivíduos, isto é, a
actividade física como fenómeno cujos efeitos pretendemos avaliar, medir e
comparar.
Pretende-se desta forma alertar a
comunidade para a necessidade de promover a prática de actividades físicas,
face aos benefícios comprovados.
Os benefícios da prática da actividade física ultrapassam
grandemente os seus riscos. No entanto, em determinadas condições, pouco
frequentes, a actividade física pode ter consequências negativas. Seja por
sentimentos de natureza psicológica oriundos do insucesso em aderir a um
programa regular ou por prática excessiva da actividade física podendo originar
um estado de “dependência do exercício”, ou ainda for exercícios inadequados ao
objectivo pretendido.
Em seguida apresento-vos um vídeo onde explico através de uma
analogia, a importância da prática da actividade física. O que vão ver é uma
carta que o corpo escreve à mente. O corpo após ter sido negligenciado decide
apelar à consciência da mente e pede-lhe auxílio.
Fico esperançado que possa ter contribuído para o
esclarecimento da utilidade deste bem precioso que todos temos ao nosso
alcance.
QUE
ATIVIDADE FÍSICA OU DESPORTO PRATICA?
Deixe-nos o testemunho da sua experiência, dificuldade ou
benefício na prática do exercício físico.
http://www.escolapsicologia.com/29-beneficios-da-atividade-fisica-na-sua-saude/

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