Ciúme, os esfarelador de relações -
Ciúmes...
ah! O ciúme! Quem nunca o sentiu que atire a primeira pedra. Na verdade
costumam atirar coisas piores, pois o ciúme, na história, é motivo de crimes,
mortes e, mas comum, desmantelamento das relações, sejam elas familiares e,
claro, de casal. Não por acaso o ciúme influencia diretamente sobre uma outra
condição si ne qua non do casal: a sexualidade. O despreparo do ciúme versus
sexo acaba minando o relacionamento.
Os psicólogos israelenses Elliot Aronson e Ayala Pines trazem uma definição
interessante acerca do ciúme. Para eles, trata-se de "reação complexa a
uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade." De
fato, o ciúme surge quando nos sentimos ameaçados em nosso círculo de
segurança. O problema é que no âmbito dos relacionamentos, muitas vezes o
ciúme não tem razão de ser. Na verdade é um desdobramento da insegurança de
um dos componentes do casal - ou os dois. Daí vêm os tumultos.
E na atualidade estamos embarcados em uma verdade odisseia do ciúme, já que a
internet, principalmente, trouxe à tona a intimidade dos relacionamentos. E
as pessoas se expõem demais, é verdade. Tanto que uma pesquisa da
Universidade Loyola, de Chicago, nos Estados Unidos, mostrou que um em cada
cinco divórcios naquele país tem como pivô o Facebook. A rede social mais
comentada da atualidade tem destruído relacionamentos a rodo mundo afora, e
não é diferente aqui no Brasil.
Obviamente que não é o Facebook, ou o que quer que seja, o grande mal das
relações, mas sim o que fazemos com essas ferramentas. A tela do computador
facilita os joguinhos eróticos com gente desconhecida. E a rotina dos casais
acaba facilitando o desejo por algo novo. Porém muitos se escondem atrás do
virtual e dão a desculpa de que “na net não é traição”. O quesito traição é
critério de cada um, claro. Só que a falta de habilidade do casal em
contornar o ciúme natural - e nem estamos falando daquele ciúme que extrapola
o convencional - empurra o outro para fora da relação que, quase sempre,
ainda tem muita lenha para queimar. Todo ser humano sente ciúme em várias
intensidades; ele não se extingue. O que podemos fazer é minimizá-lo ou
administrá-lo.
Mas como? Temos várias técnicas e métodos para trabalhar esse sentimento
doloroso, aonde cada caso pede uma terapia diferenciada; um enfoque adequado
à realidade do casal. Mas o importante é seduzirmos nossos parceiros
trazendo-os para uma zona de conforto para que esse sentimento nefasto não
transforme o amor do casal em raivas e possivelmente em abandono.
*Sonia Daud, é psicóloga e professora do curso de pós-graduação em
Sexualidade da Famerp
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário