A nossa sociedade encoraja-nos para a obtenção do conforto. A
grande maioria dos produtos e serviços são pensados, desenhados e publicitados
dia após dia para nos sentirmos mais confortáveis, e ainda bem. O conforto que
tanto procuramos e lutamos para obter é sem qualquer tipo de dúvida uma mais
valia na vida de todos nós. Facilita-nos a vida, reconforta-nos depois de um
dia extenuante de trabalho, revitaliza-nos o corpo e a mente, por tudo isto,
sem sombra de dúvida que o conforto estará sempre na mira da humanidade. No
entanto, o desafio, a aventura e o incómodo são promotores do
desenvolvimento e crescimento.
O desafio, talvez seja aquilo que mais
coloca à prova as nossas capacidades e nos faz avançar. Acredito que o desafio
e a motivação, ambas entrelaçadas irão permitir a
transformação pessoal. Cada desafio que enfrentamos ou a que nos propomos são
uma oportunidade para criarmos um “Eu” mais capacitado, habilidoso e realizado.
PROCURE
DESAFIOS QUE MEXAM CONSIGO
Cabe a cada um de nós de forma
constante e persistente procurar desafios que nos motivem. E cabe a você
perceber quando se encontra aborrecido e entediado por se ter enraizado na sua zona de
conforto. Para que nos seja mais fácil entender
sobre o que aqui quero apresentar, importa distinguir que querermos conforto na
nossa vida, não é sinónimo de vivermos sempre na nossa zona de conforto, são
coisas distintas. Zona de conforto, também não se trata de um sítio ou espaço a
que recorremos quando necessitamos descansar ou restabelecer energias.
Apenas a palavra é comum, o que por este facto pode induzir-nos em erro.
São conceitos distintos ainda que se toquem indirectamente. Permanecer na nossa zona de
conforto, está relacionado.
Durante a vida, as pessoas, de uma maneira geral, costumam
acomodar-se, refugiar-se na sua “zona de conforto”. Acostumam-se com uma
certa rotina, conformam-se a um determinado modo de vida, seja no âmbito
familiar, social ou profissional. No entanto, a vida é essencialmente dinâmica.
Assim, é preciso adaptar-se continuamente às mudanças que ocorrem, sob pena de
estagnação e marginalização.
As mudanças são desconfortáveis, trazem insegurança
e ansiedade. Mas são
necessárias. É preciso preparar-se continuamente para os novos desafios que se
apresentam todos os dias. Tudo é impermanente. A insegurança é a regra. Não
podemos contar com a estabilidade nas relações sociais, profissionais ou
comerciais. A todo o momento, surgem novidades. É preciso acompanhar o
progresso inevitável que ocorre a uma velocidade cada vez maior.
O QUE É
A ZONA DE CONFORTO?
É o conceito base de qualquer aprendizagem, evolução ou
transformação. A zona de conforto, define-se por tudo aquilo que estamos
acostumados a fazer, pensar ou sentir. É o habitual e conhecido para nós
próprios. Incluí experiências positivas e negativas, comportamentos
construtivos e destrutivos.
Se queremos aprender ou mudar qualquer coisa, necessitamos de
sair do conhecido e aventurarmo-nos no desconhecido. Isto comporta um risco:
todavia não sabemos o que se passará ou se seremos capazes de controlar a
situação. Por isso a tendência natural é refugiarmo-nos naquilo que
controlamos, a nossa experiência até à data, que assim se converte, por sua
vez, no nosso refúgio e limitação. De facto, quanto mais experiência
acumulamos, mais razões teremos para nos mantermos na nossa já “ampla” zona de
conforto
Citação: De vez em quando é preciso subir num galho perigoso, porque é
lá que estão as frutas – Will Rogers
A DESCONFORTÁVEL ZONA
DE CONFORTO
O desenvolvimento
pessoal e a auto-confiança estão intimamente relacionados com
a zona de conforto. Isto acontece, porque para avançarmos,
desenvolvermo-nos mais rápido e de forma mais eficiente no nosso crescimento
pessoal é necessário um boa dose de confiança para sairmos daquilo que nos é
conhecido, habitual e automático.
O crescimento pessoal ocorre fora da sua zona de conforto.
Quando você estiver na sua zona de conforto, você não está aprendendo, nem
crescendo. Fazendo aquilo que sempre fez irá obter aquilo que sempre obteve
Para crescer, você deve fazer as coisas que não está fazendo neste
momento. Pense em todas as conquistas que você alcançou na sua vida.
Provavelmente a maioria se não todos as vezes o resultado aconteceu quando fez
algo novo, ao invés de praticar os seus velhos hábitos.
Desafio: Que novas experiência você se propõe a realizar em prol do
seu desenvolvimento?
Grande parte da razão pela qual se aborda o estudo das zonas
de conforto é porque este conceito torna-se um preditor confiável de como as
pessoas se irão comportar ou reagir às situações, e ainda porque quando as
pessoas se movimentam apenas na sua zona de conforto isso passa a ser visto
como um elemento de estagnação na vida. Permanecendo a grande maioria do tempo
no interior de uma zona de conforto não permitirá a expansão mental ou o
desenvolvimento de novas ideias , conduzindo as pessoas para uma relativa
estagnação ao longo da vida.
Por vezes alguns fatores externos podem contribuir para a
quebra da zona de conforto. Grandes tragédias ou mudanças na vida podem levar
as pessoas à mudança. Acontecimentos como o 11 de setembro de 2001 em solo
americano conduziram os cidadãos dos E.U.A. a quebrarem a crença de
que a América estava de alguma forma segura de ataques de terrorismo, e
isso contribuiu para a forma como os americanos passaram a interpretar qualquer
evento que se seguiu.
ESCOLHA
SAIR DA SUA ZONA DE CONFORTO
Deixar a nossa zona de conforto deliberadamente é uma
oportunidade de crescimento pessoal, e preferencialmente não deve ser causado por
eventos drásticos. Os estudantes que ingressam na faculdade por vezes são estimulados a olhar para novas ideias e interpretações, e
estas podem levar o aluno a expandir mentalmente as suas zonas habituais e
avaliar as coisas de maneiras novas. Na verdade, durante os anos de crescimento
e desenvolvimento, as crianças e depois adultos jovens são constantemente
solicitados a expandir as suas zonas, para assumir novas ideias, para analisar
as coisas de forma mais complexa, e interpretar o mundo de uma forma crescente.
A grande maioria das pessoas acham que a zona de
conforto deve ser expandida apenas na juventude, e uma vez que estes estádios
“crescentes” terminem com a entrada na idade adulta, as pessoas aceitam a
estagnação como algo natural. Esta ideia pode levar as pessoas a
recusarem-se a mover-se mais ou pensar mais sobre as ideias que são
diferentes das suas ou que estejam fora da sua zona de conforto. E isto,
inibe a possibilidade de potenciar a vida.
COMO SAIR DA SUA ZONA
DE CONFORTO
Com o tempo, todos nós construímos um conjunto de hábitos de
constrição e restrição em torno de nós, são aqueles hábitos que nos aprisionam
numa suposta zona de conforto, e esta impede-nos de atingir todo o nosso
potencial. Logo, tais hábitos enraízam-se fora da nossa consciência, mas
eles ainda determinam o que pensamos e o que podemos e não podemos fazer e
o que nos recusamos sequer a tentar. Se permitir que estes hábitos
governem a sua vida, você vai ficar preso na sua própria teia. Uma teia que o
vai paralisando!
Tal como as pequenas criaturas macias
(pequenos pólipos de coral) que constroem os recifes de coral, os nosso hábitos começam
pouco a pouco e flexíveis, e acabam construindo barreiras de “rocha maciça” em
toda a estrutura mental. Dentro dos recifes, a água é tranquila e amigável.
Fora desse ambiente pacífico as águas ficam mais revoltas e o ambiente mais
perigoso.
Na vida as coisas acontecem um pouco como no exemplo
anterior, se você está a desenvolver-se numa determinada área e atingiu
um determinado estado, aquele em que se encontra hoje, se quer continuar a
progredir, você deve sair dos seus hábitos e rotinas, deve abandonar o seu
recife, alargar o limites da sua zona de conforto e propor-se a explorar novas
águas. Não há outra maneira. Assim como pode não haver nada de errado nos seus
hábitos comuns. Eles provavelmente funcionaram bem para você no passado. Mas
agora é hora de passar por cima deles e ir explorar o resto do mundo, o resto
do seu potencial não usado e ainda não descoberto. Alguns dos seus medos podem
estar a fazê-lo refém de si mesmo. A nossa mente é prodigiosa a construir
cenários, possíveis cenários monstruosos e perigosos que podem nunca vir a
acontecer, a não ser na sua cabeça.
Ninguém nasce com um manual de instruções
para a vida. Apesar de todos os conselhos úteis de pais, professores e idosos,
cada um de nós deve fazer o seu próprio caminho no mundo, fazendo o melhor que
pode e muitas vezes fazer algumas coisas erradas. Bagunçar algumas vezes não é
pecado. Mas se você ficar com medo e tentar evitar todos os erros, com
comportamentos “deixa ver se consigo”, você vai perder muitas oportunidades
também.
Por exemplo, muitas pessoas que sofrem de tédio no trabalho
estão fazendo isso para si mesmos. Elas estão aborrecidas e frustradas porque é
o que as suas escolhas causaram. Elas estão presas em buracos que cavaram para
si ao tentar evitar cometer erros e assumir riscos. Pessoas que nunca erram
nunca fazem qualquer outra coisa também.
Dica: Só erra quem tenta, e só quem tenta tem a possibilidade de
ser bem sucedido.
PRATICANDO A MUDANÇA
DE HÁBITOS
É hora de definir os hábitos que se tornaram inconscientes e
estão tomando o rumo de vida para e/ou por você, e criar outros mais
capacitadores e desafiantes. Apresento em seguida algumas formas
de como fazê-lo:
Compreenda a verdade sobre os seus
hábitos. Os
hábitos representam os acontecimentos do passado (sucessos e insucessos). Você
tem formado comportamentos automáticos, porque uma vez obtido sucesso com algo,
temos uma enorme tendência para executar a mesma resposta da próxima vez, e
esperar que funcione novamente. Esta é a explicação simples de como os nossos
hábitos crescem e se enraízam: porque os sentimos serem tão úteis. Em psicologia podemos
apelidar esta forma de aprendizagem de comportamento operante, ou seja, os
nossos hábitos expressam-se em função das circunstâncias de reforço. Se ao
executarmos determinado comportamento, e retirarmos reforço (sejamos bem
sucedidos), automaticamente aumentamos a probabilidade de numa próxima situação
idêntica, executarmos exatamente o mesmo comportamento.
Para fugir do que está causando a sua infelicidade e tristeza
e pegando novamente no exemplo no local de trabalho, você deve desistir de
muitos dos seus hábitos a que mais se afeiçoou (e que anteriormente foi bem
sucedido). Deve tentar novas maneiras de pensar e agir, isto porque
provavelmente as formas antigas estão desadequadas e ultrapassadas. Esses
velhos hábitos vão impedi-lo de encontrar ideias novas e criativas. Sem ideias
novas, não há novas aprendizagens. Sem aprendizagens, não há acesso a mudanças
bem sucedidas.
Faça alguma coisa, quase nada, de forma
diferente e veja o que acontece. Mesmo os hábitos melhor sucedidos, eventualmente, perdem a
sua utilidade à medida que as coisas vão mudando no mundo, e novas respostas
são necessárias. No entanto, nós temos uma enorme tendência para nos apegarmos
aos hábitos instituídos dado o seu benefício no passado. Porém grande parte das
estratégias do passado estão condenadas ao fracasso em algum momento. Deixar
que se tornem hábitos automáticos e que assumam o controlo da vida é um caminho
certo para a auto-sabotagem e insucesso.
Tire algum tempo para si e tente construir
uma visão detalhada de si mesmo, sem tabus.Descobrir os seus hábitos inconscientes pode ser difícil.
Para começar, eles estão inconscientes, certo? Em seguida, eles exercem uma
enorme influência sobre o seu pensamento. Pergunte a qualquer pessoa que já
tenha desistido de fumar se os hábitos são difíceis de quebrar. Se você já se
acostumou a eles, criou um conjunto de “vícios” que exercem um enorme estímulo
para serem executados. Comece por observar o seu comportamento e a sua atitude
em situações que é rígido, que explode com facilidade, que é demasiado crítico,
em que muda radicalmente de humor, em que é extremamente teimoso e de ideias
fixas, ou pelo contrário, onde se sente como peixe na água.
Seja você mesmo. É fácil supor que você sempre tem que adaptar-se para
caminhar no mundo, que você deve obedecer para ser querido e respeitado por
outros ou então enfrentar a exclusão. Porque a maioria das pessoas querem
agradar, tentam tornar-se o que acreditam que os outros esperam que elas sejam,
mesmo que isso signifique obrigar-se a ser o tipo de pessoa que não são. Isto
não é ser-se assertivo nem fazer uso da flexibilidade de pensamento ou muito
menos ser-se uma pessoa com uma identidade própria.
Você precisa começar por colocar-se em
primeiro lugar. Você é
único. Nós somos todos únicos, não estou a sugerir que você é melhor do que outros
ou merece mais do que eles. Você precisa colocar-se em primeiro lugar, porque
mais ninguém tem tanto interesse na sua vida como você próprio, e porque se não
o fizer, ninguém vai fazer por si. Colocar os outros em segundo lugar,
significa dar-lhes o devido respeito, não ignorá-los totalmente. Manter uma
auto-imagem positiva pode ser um desafio. Ao invés, ser presunçoso, e ter
uma auto-estima desmedida e irrealista, pode ser uma maldição. É importante
perceber que um bom equilíbrio emocional irá colocá-lo num situação
saudável e vantajosa, caso precise de ajudar alguém ou a si mesmo, certamente
estará à altura quando o momento chegar.
Desacelere um pouco e deixe-se ir. A maioria de nós quer pensar acerca de nós mesmos como boa
pessoa, inteligente, simpático e carinhoso. Às vezes isso é verdade. Às vezes
não é. A realidade é complexa. Não podemos funcionar de forma eficaz e
adaptativa, sem interação e apoio de outras pessoas. Tudo o que temos, tudo o
que aprendemos, veio a nós através das mãos de outras pessoas, mesmo que
indiretamente. No nosso melhor, passamos nesta existência partilhando uns com
os outros e assimilando coisas dos outros. Na pior das hipóteses fazemos isso
muito pouco, e desperdiçamos isso. Assim, esforce-se por reconhecer que você
é uma rica mistura de pensamentos e sentimentos que vêm e vão, alguns úteis,
outros não. Não há necessidade de manter uma fachada, não há necessidade de
fingir, não necessita ter medo do que você sabe ser verdadeiro. Não somos
melhores, nem piores, somos únicos!
Quando você enfrentar a sua própria verdade, você vai
descobrir que é um alívio enorme. Se você não estiver a ser tão
maravilhoso como gostaria de ser, provavelmente também não está assim tão mal,
como teme estar. A verdade é libertadora, estabelece como que um feedback do
estado em que estamos, libertando-nos para fazer ajustes, alterações e
melhorias. Você fica livre para trabalhar em ser melhor e perdoar a si mesmo
por ser humano. Você fica livre para expressar a sua gratidão aos outros e
reconhecer o que você precisa retribuir-lhes. Você fica livre para reconhecer
os seus sentimentos sem deixá-los dominar a sua vida. Acima de tudo, você
estará livre para entender a verdade da vida: que muito do que acontece com
você não é mais do que o acaso. Não pode ser evitado e não é culpa sua. Não há
nenhum benefício em bater-se contra isso.
O que
por vezes nos prende em situações e ações que não funcionam não é a inércia ou
procrastinação. É o poder exercido pelas velhas maneiras habituais de ver
o mundo e pensar acerca das coisas. Até que você tome consciência dos
seus velhos hábitos que o aprisionam e lhe fazem sabotagem, eles vão continuar
a mantê-lo refém de si mesmo. Permanecer na sua zona de conforto através do
mero hábito, ou pior ainda, ficar lá por causa de medos irracionais, irá
condená-lo a uma vida de frustração e arrependimento.
Se você
conseguir aceitar a verdade sobre o mundo e a si mesmo, ficará mais disponível
para mudar o que o está prendendo, e continuar com uma nova visão sobre a vida.
Você irá perceber que uma única ação, por mais pequena que seja, permite que
abra a porta da sua prisão auto-imposta e caminhar livre face ao seu objetivo e
propósito de vida. Há um mundo maravilhoso lá fora. Você vai conseguir vê-lo,
se você tentar.
Dica: Saia da sua Zona de Conforto e potencie a sua vida.

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