Doenças Sexualmente Transmissíveis podem causar infertilidade
As
conseqüências da irresponsabilidade de não se proteger As Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST) são doenças causadas por vários tipos de
agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual, por meio do sexo
sem proteção - sem o uso de camisinha - por uma pessoa que esteja infectada.
Geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
Algumas DST são de fácil tratamento. Outras, contudo, têm tratamento mais
difícil ou podem persistir ativas, apesar da sensação de melhora relatada pelos
pacientes. As mulheres, em especial, devem ser bastante cuidadosas, uma vez
que, em diversos casos de DST, não é fácil distinguir os sintomas das doenças
das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher consultas
periódicas ao médico. Algumas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a
tempo, podem evoluir para complicações graves, como a incapacidade de
engravidar, e até mesmo a morte.
Uma das principais preocupações relacionadas às DST é o fato de facilitarem a
transmissão sexual do HIV. Quando acometem gestantes, podem atingir o feto
durante seu desenvolvimento, causando-lhe lesões. Podem também provocar uma
interrupção espontânea da gravidez (aborto), determinar uma gravidez ectópica
(fora do útero) ou, ainda, causar o nascimento de crianças com graves
malformações. Durante o parto, podem atingir o recém-nascido, causando doenças nos
olhos e pulmões. Diante dessas possibilidades, o acesso irrestrito das pessoas
ao diagnóstico precoce e tratamento adequado de todas as DST é fundamental. O
uso de preservativos em todas as relações sexuais é o método mais eficaz para a
redução do risco de transmissão, tanto das DST, quanto do vírus da AIDS ,
defende o médico.
Incidência do problema
A Organização Mundial de Saúde estima que ocorram, no mundo, cerca de 340
milhões de casos de DST por ano. Nessa estimativa não estão incluídos a herpes genital
e o HPV. Em números, no Brasil, as estimativas de infecções de transmissão
sexual na população sexualmente ativa são:
Clamídia: 1.967.200
Gonorréia: 1.541.800
Sífilis: 937.000
HPV: 685.400
Herpes genital: 640.900
Fonte: PN-DST/AIDS, 2003.
Geralmente, a população mais atingida pelas DST é formada por jovens em idade
reprodutiva. As complicações são imediatas, causando inflamação nos genitais
internos do homem e da mulher o que pode provocar a infertilidade de ambos.
Apenas uma minoria, entre 20% e 30% dos doentes, percebe algum sinal ou
sintoma. As doenças inflamatórias da pelve são as grandes vilãs da fertilidade.
Decorrentes de DST, como a clamídia e a gonorréia, afetam o útero, a tuba
uterina e os demais órgãos reprodutivos. As inflamações na pelve podem resultar
ainda em aderências nas trompas, que dificultam o processo de mobilidade do
espermatozóide na busca pelo óvulo.
De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos,
mais de um milhão de mulheres contrai uma inflamação pélvica a cada ano. Deste
contingente, cem mil tornam-se inférteis. A American Social Health Associated
reporta que 15% das mulheres com problemas de infertilidade podem atribuí-los
ao dano causado por uma inflamação pélvica advinda de uma DST não tratada.
Complicações à saúde
1) HPV Causada pelo
Papilomavírus humano. Sintomas: Manchas
esbranquiçadas ou verrugas róseas ou acinzentadas no aparelho genital feminino
e masculino. Coceira na vulva e dor durante a relação sexual.
Transmissão: Relações sexuais,
contato com a pele de portadores de verrugas do HPV.Tratamento: Cauterização elétrica
com bisturi, crioterapia e cauterização por laser.Complicações: Em 95% dos casos, o
HPV está associado a casos de câncer de colo de útero. O vírus também pode
causar a proliferação das verrugas na vagina, na região anal ou no períneo.
2) Sífilis Chamada também de
cancro duro. Sintomas: Primeiro aparecem
bolhas de casco duro, indolores, na região genital. Em seguida, surgem manchas
rosadas, na palma das mãos e na planta dos pés e os gânglios da virilha ficam
inchados.
Transmissão: Por relação sexual,
transfusão de sangue ou de mãe para o feto.
Tratamento: Antibióticos.
Complicações: Gestantes com a
bactéria podem sofrer parto prematuro e aborto ou o bebê pode ter alguma
malformação. Por isso, é importante fazer este exame no pré-natal. A doença
também atinge o sistema nervoso central e o coração.
3) Gonorréia Causada por bactéria.
Sintomas: Corrimento amarelado
com pus, ardor na hora de fazer xixi, coceira e dor na região pélvica.
Transmissão: Sexual. Se o parceiro
está infectado, o risco de contrair a doença chega a 90%.
Tratamento: Antibióticos via
oral.
Complicações: Se a mulher não se
tratar, a bactéria pode subir pelo canal cervical e se alojar na região do
útero, inflamando órgãos da pelve. A doença pode causar infertilidade ou aborto
espontâneo. Em cerca de 20% das mulheres, provoca algum tipo de doença nas
trompas.
4) Clamídia Causada pela bactéria
Chlamydia trachomatis.
Sintomas: Estima-se que em 70%
dos casos os sintomas não aparecem. Algumas pessoas sentem ardor na uretra e na
vagina e têm corrimento com o aspecto de clara de ovo. Dores durante a relação
sexual podem ocorrer.
Transmissão: Sexual. Outros tipos
da bactéria, transmitidas pelo ar, causam pneumonias e infecções.
Tratamento: Antibióticos.
Complicações: Inflamações dos
órgãos da pelve (útero, ovário, bexiga e parte do intestino grosso),
infertilidade (na mulher e no homem), parto prematuro.
5)Herpes genital Infecção causada por
vírus. Sintomas: Pequenas bolhas
aparecem principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Elas
viram feridas e causam dor.Transmissão: Pelo líquido que sai
das feridas durante sexo oral, vaginal e anal.
Tratamento: Não há cura, mas controle.
Medicamentos via oral ou em pomada ajudam a aumentar a imunidade e tornar as
crises menos freqüentes. Quando o organismo está mais enfraquecido, a herpes
pode aparecer. Complicações: Aborto, parto
prematuro, infecção do útero. O sistema nervoso do bebê pode ser atingido.
Prof. Dr. Joji Ueno. O autor é
ginecologista, especialista em reprodução humana, Doutor em Medicina pela
Faculdade de Medicina da USP, diretor da Clínica Gera.
Para saber mais informações, acesse: www.clinicagera.com.br
http://www.minhavida.com.br/saude/materias/3867-doencas-sexualmente-transmissiveis-podem-causar-infertilidade
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