quinta-feira, 12 de abril de 2012

Não há mais diferença entre herpes labial e genital, diz médica


O herpes é uma doença de pele, transmitida pelo contato. Por isso, se você tem herpes na boca, ele pode ser transmitido para qualquer outra parte da pele, em especial, as mucosas. Segundo a dermatologista Karin Helmer, com o aumento da prática do sexo oral, é comum ver vírus da herpes que antigamente era associado aos lábios nos genitais e vice-versa.

"Tem o tipo 1 e o tipo 2, eles são da mesma família. Teoricamente o 1 era conhecido como labial e o 2 como genital, mas eles se manifestam da mesma maneira e hoje são encontrados tanto nos lábios quanto nos genitais pela prática de sexo oral", explica.

Veja a seguir perguntas e respostas sobre o herpes:

Herpes tem cura?
Não tem cura, porque o vírus fica em latência no organismo. Sempre que a pessoa tem queda de imunidade, a herpes simples aparece.

Quem tem genital também tem labial? É o mesmo vírus?
Tem o tipo 1 e o tipo 2, eles são da mesma família. Teoricamente o 1 era conhecido como labial e o 2 como genital, mas eles se manifestam da mesma maneira e hoje são encontrados tanto nos lábios quanto nos genitais pela prática de sexo oral. Nem na sorologia é possível saber qual tipo é. O vírus fica em latência em gânglios nervosos próximos ao local afetado, por isso ele sempre é manifestado no mesmo lugar, mas pode emacular outras áreas pelo contato com as bolhas.

Qual a incidência na população?
Se for fazer teste de sangue, 90% das pessoas tem anticorpos, mas na clínica chega a 50, 60% das pessoas.

Quais os sintomas?
Antes de aparecerem as bolhinhas na pele, há sintoma como queimação, ardência e coceira. O local fica inchado e em cima de uma lesão vermelha aparecem varias lesões agrupadas, as "bolhinhas".

Mesmo que não esteja com bolhas, transmite o vírus?
Depende, ele só é transmitido quando tem as bolhas, ou existem partículas com o vírus mesmo sem as bolhas, num estágio inicial de infecção.

Qual o tratamento?
O tratamento em geral, tanto do tipo 1, quanto do tipo 2 é tópico, para aliviar a dor e os sintomas, com pomada antiviral aciclovir. O surto dura de 7 a 14 dias. Se demorar para cicatrizar, pode ser usado antiviral vira oral, o aciclovir, valaciclovir, famciclovir ou penciclovir. "Quando se faz uso do medicamento oral, já nos primeiros sintomas antes da bolha, aborta-se o ciclo e quando ele aparece, é cicatrizado mais rápido", explica a médica.

De quanto em quanto tempo tem surto?
A alteração de imunidade é o que determina a frequência dos surtos, que não devem ser mais do que 6 vezes ao ano. Se a pessoa teve gripe ou outra infecção, passou por cirurgia, estresse, ficou muito tempo exposta ao sol, pode ter surto.

Como é diagnosticado no homem e na mulher?
A herpes são pequenas bolhas agrupadas sobre uma mancha vermelha, em qualquer lugar da pele, em especial nas mucosas do lábio ou órgãos genitais.

Pode levar a uma doença mais grave?
A primeira infecção é mais perigosa, principalmente em crianças. "Elas podem ter gengivoestomatite, sangramento na gengiva que pode durar de 7 a 14 dias".

Há perigo na gravidez?
O maior risco é o herpes genital na gravidez, por isso mulheres que têm o herpes na região genital não devem fazer parto normal. O bebê pode ter sequelas neurológicas, com retardos ou convulsões, se a bolsa romper.

Existe vacina?
Ainda não existe vacina.

Há algum alimento para prevenir?
Alimentos com bastante aminoácido lisina, como carne vermelha, peixe, frango, leite e derivados, ovos, batata e soja, previnem a herpes. Casos graves podem contar com suplementação do aminoácido.

O que é herpes zoster? É herpes? Herpes pode dar no cérebro?
O herpes zoster é o mesmo vírus da catapora, que se aloja no cérebro. Geralmente ele é desenvolvido como uma comorbidade em pacientes com câncer, idosos ou desnutridos.

(Com informações da dermatologista Karin Helmer, da Sociedade Brasileira de Dermatologia)

http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2012/01/24/nao-ha-mais-diferenca-entre-herpes-labial-e-genital-d

Distúrbio leve de sono é suficiente para causar depressão, mostra estudo


Interromper a respiração durante o sono e bufar, ou seja, expirar com força, estão associados a depressão inclusive em pessoas cujos sintomas não atendem aos critérios para o diagnóstico da apneia obstrutiva do sono, de acordo com um novo estudo.

Pesquisadores estudaram 9.714 homens e mulheres participantes de uma pesquisa nacional de saúde realizada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Eles usaram entrevistas sobre sintomas de sono e um questionário validado que ajuda a diagnosticar a depressão em adultos. O relatório aparece na edição de abril do periódico Sleep.

Entre aqueles com diagnóstico de apneia obstrutiva do sono, a depressão foi mais do que duas vezes mais comum entre os homens e mais do que cinco vezes mais comum entre as mulheres, em comparação aos indivíduos que não apresentam apneia obstrutiva do sono.

Mas os pesquisadores também descobriram que aqueles cujos parceiros relataram respiração interrompida durante o sono e o ato de bufar também eram significativamente mais propensos a ter depressão, com a probabilidade aumentada de acordo com o aumento da frequência de sintomas.

Homens afetados cinco ou mais noites por semana possuem quase quatro vezes mais probabilidades de sofrer depressão em relação àqueles que nunca tiveram os sintomas. Já as mulheres possuem uma probabilidade mais de duas vezes maior de terem depressão.

Anne G. Wheaton, epidemiologista do CDC que conduziu o estudo, disse que os sintomas podem conduzir a um sono mais leve e uma redução de oxigênio para o cérebro, os quais podem levar a problemas psicológicos.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2012/04/09/disturbio-leve-de-sono-e-suficiente-para-causar-depressao-mostra-estud

4 Obstáculos à mudança de vida positiva


. Se não mudamos, corremos o risco de fazer as coisas do jeito que sempre fizemos. Num cenário de sucesso, à primeira vista até poderíamos considerar que a permanência seria proveitosa. De jeito nenhum, não num mundo em constante mudança. A mudança é um processo inerente a nós mesmos e à própria vida. Ainda assim, para quem sente que a sua vida caminha a seu belo prazer, contentes e felizes, ótimo, desejo que assim continuem. Mas para muitas pessoas, o caminho atual está a ser percorrido com ausência de significado e satisfação, sentido que as suas vidas estão paralisadas. Certamente querem mudar, mas parece que não conseguem descobrir como mudar.

A realidade é que a mudança é difícil. Quão difícil? Bem, dada a proliferação da indústria de auto-ajuda e pelo fato de milhões de pessoas continuarem a ter extrema dificuldade em mudar, muito difícil. Vejamos a dificuldade em implementar hábitos de vida saudável, perder peso, deixar de fumar, eliminar o vício das drogas e álcool, melhorar a autoestima, aliviar a ansiedade, ter melhores relacionamentos, melhorar a autodisciplina, superar a timidez, sair da sua zona de conforto e propor-se a novos desafios, entre outros.

Mas difícil não é impossível. Quanto temos percepção de que para mudarmos, temos de ser resilientes, que temos de aumentar os nossos níveis de motivação e energia, que nos esperam dias exigentes e que acima de tudo temos de fazer uso das nossas forças e virtudes, certamente aumentaremos drasticamente as probabilidades de virmos a ser bem sucedidos.

A ILUSÃO DA MUDANÇA FÁCIL E RÁPIDA

O problema do insucesso elevado face à mudança começa em nós, porque queremos mudar sem esforço, depois é alimentado pela industria de auto-ajuda que tem distorcido a nossa percepção de mudança, levando muitos a acreditar que a mudança deve ser fácil e deve acontecer de forma rápida e com pouco esforço, para acabar em nós numa posição de vítimas, fundamentando o fracasso em desculpas insalubres e sem sentido. Tudo o que prometa mudanças rápidas e sem esforço, vende. Todos os tipos de produtos tipo “banha da cobra“, como livros ou DVDs, assistir a palestras ou workshops prometem ajudá-lo a mudar rapidamente e facilmente quando nada funcionou antes. Quando se trata de mudança, os slogans são mais que muitos, utilizando palavras como: ”milagre“, “magia“, “fácil“, ou “rápido“. Pense duas vezes (talvez seja melhor pensar dez vezes) antes de adquirir tal produto. Não pretendo lançar nenhuma campanha contra produtos do género, certamente existem no mercado muitos produtos “sérios” e eficazes, mas certamente serão descritos também com seriedade.

O que pretendo neste artigo é transmitir uma compreensão acerca do que é realmente necessário para produzir mudanças significativas e duradouras na sua vida. Mais especificamente, que obstáculos podem impedi-lo de atingir os resultados desejados quando você se propões a mudar algo para melhor. De acordo com o que anteriormente defendi, não lhe digo que mudar é fácil, mas sim que é possível quando encarado de forma realista, com método e estratégias que indicam como ultrapassar os obstáculos que se deparam no caminho. A realidade é que a mudança profunda pode ser lenta, frustrante e dolorosa, com alguns recuos, contratempos e decepções. Se você quer uma visão mais positiva de si mesmo, ser um melhor parceiro, lutar por objetivos profissionais, ou lidar com o stress de forma mais eficaz, a mudança pode ser realmente difícil, mas ainda assim a recompensa será muito gratificante para si.

OBSTÁCULOS À MUDANÇA

Um aspecto real da vida é que muitas vezes criamos obstáculos, quase sempre inconscientemente, que podem servir algum tipo de objetivo imediato, mas acabam por fazer sabotagem a longo prazo. Estas barreiras são muitas vezes conduzidas por algumas de nossas necessidades mais básicas, por exemplo, para sentir-se competente, para ser aceite, por proteção, ou sentir-se no controle. Lamentavelmente, esses obstáculos tornam-se verdadeiros muros intransponíveis acabando por impedir-nos de mudar (ou até mesmo tentar mudar) deixando de ser benéfico e passando a ser um incómodo. Para aprofundar este assunto leia os artigos: Quebre as barreiras para o sucesso e 10 obstáculos ao desenvolvimento pessoal.

Em seguida apresento 4 dos obstáculos à mudança de vida positiva. Aprenda a compreendê-los e como superá-los:



1. BAGAGEM EMOCIONAL

Todos nós transportamos connosco as aprendizagens anteriores, é com base nelas que construímos as nossas crenças, hábitos de vida e acima de tudo formas de pensamento. Se estas formas de pensamento forem negativas, podem impedir que possamos ter êxito nas mudanças a que nos propomos. Alguns dos acontecimentos do passado podem deixar marcas profundas, remetem-nos para padrões de pensamento cristalizados levando-nos a fazer as coisas sempre da mesma forma, devido ao impacto emocional vivido no momento do acontecimento. Talvez na sua infância tenha sofrido humilhações, tenha ficado decepcionando com algo, tenha sido rejeitado, sofrido bullying, tenha desenvolvido alguns medos, ou tenha construído uma imagem distorcida de si mesmo. Sejam quais forem as razões que o paralisam, ou façam com que de forma recorrente vá sabotando os seus próprios objetivos, a carga emocional que transporta efetiva-se como um obstáculo a que seja bem sucedido nas mudanças que vai querendo implementar na sua vida. Falei deste assunto de forma mais aprofundada no artigo: Como libertar-se das angústias do passado.

Os tipos mais frequentes de bagagem emocional que prejudicam a sua mudança positiva de vida incluem, baixa autoestima, perfeccionismo, medo, como por exemplo fobia social ou ansiedade social, necessidade de controle ou autoregulação, raiva e necessidade de agradar. Esta bagagem emocional faz com que você pense, sinta e comporte-se com base em quem você era no passado (criança, adolescente ou mesmo passado recente) e não a pessoa muito diferente que você é atualmente ou pretende tornar-se. A maior parte desta bagagem faz com que você reaja ao mundo de uma maneira improdutiva, que pode vir a sabotar os seus esforços para alcançar a mudança de vida positiva.

Pondere que tipo de pessoa você quer ser? Se não está contente consigo mesmo ou com alguns dos seus acontecimentos de vida e pretende mudar, mude a sua história, se está insatisfeito faça algo de diferente. A mudança é possível, mas para que possa certificar-se que não é atrapalhado por padrões de pensamento negativista ou que lhe retiram equilíbrio emocional é necessário saber lidar com a carga emocional que carrega consigo. Se for o caso, trabalhe no assunto e livre-se das angústias paralisantes da sua história. Siga em frente: foque-se no objetivo, o caminho faz-se caminhando.

2. HÁBITOS

Quando você tem pensamentos, emoções e comportamentos que são accionados pela sua bagagem emocional com bastante frequência, tudo isso vai tornando-se em hábitos profundamente enraizados que ditam como você age e reage. Esses hábitos funcionam da mesma forma que uma aprendizagem técnica no esporte. Se o atleta executar no seu treinamento os exercícios de forma correta, ele está a introduzir dados “corretos” que irão ficar impressos na memória muscular, sendo usando em competição para ter um excelente desempenho. Ao invés, se o atleta executar de forma incorreta irá treinar o “erro” prejudicando a performance em competição. O mesmo parece acontecer com os nossos hábitos instituídos. Se temos hábitos que nos servem, saudáveis, adaptativos e de acordo com os nossos objetivos e valores, certamente a vida corre sem grandes problemas ou entraves, sentimo-nos satisfeitos, realizados e no controle da situação. Mas, e quando alguns hábitos são prejudiciais conduzindo-nos a comportamentos indesejados e que nos causam graves problemas pessoais e por vezes também problemas psicológicos? Arrisco a dizer que temos de mudá-los, que temos de implementar outros que estejam de acordo com os nossos valores e nos sirvam a longo prazo.

A nosso favor ou contra nós os nossos hábitos na grande maioria das vezes manifestam-se com vontade própria, induzindo comportamentos automáticos. Então, e se fosse possível mudá-los a nosso favor constituindo uma vantagem para a nossa vida? Mas é possível, desde que você queira e se comprometa com um conjunto de ações que permitam instituir os hábitos que pretende. Aprofundei este assunto nos artigos: Reestruturação do pensamento, faça perguntas capacitadoras e Reinicie a sua vida, deixe de fazer autosabotagem.

3. EMOÇÕES

As emoções negativas, como medo, raiva, tristeza, frustração e desesperança, podem atuar como um poderoso dissuasor para mudar a vida. Por exemplo, muitas pessoas não conseguem mudar alguns dos seus comportamentos ou tomar determinadas decisões na sua vida por causa do medo do fracasso.

Algumas pessoas podem pensar: “Se eu não posso mudar, então eu vou provar a mim mesmo que não consigo, que sou um verdadeiro fracassado.”

Posteriormente vão dizendo: “Eu tenho sido assim por muito tempo e eu tenho sobrevivido, por isso não vale a pena o risco.”

Estas emoções negativas tornam-se obstáculos muitos fortes à mudança por acionarem gatilhos (estímulos desencadeantes) sempre que você se sentir incompetente, desconfortável, rejeitado ou incompreendido. Sendo que na grande maioria das vezes as pessoas nestas circunstâncias permanecem extamente no estado ou situação de vida em que se encontram, encontrando alívio no recuo à mudança.

Quando não entendemos as nossas emoções, ficamos a mercê das mensagens enganosas do cérebro (distorções do pensamento), porque acionam comportamentos que têm por objetivo manter a segurança, conforto, responder ao que é considerado urgente ou a evitar dor física e emocional. Ao não conseguirmos perceber as nossas reações e comportamentos automáticos corremos o risco de cair em comportamentos indesejados, como por exemplo: dependências(álcool, drogas, tabaco e jogo), evitamento social (fobia social), alimentação em excesso, agressividade, autosabotagem, problemas de ansiedade (transtorno obsessivo-compulsivo,ataques de pânico) entre outros.

Para aprofundar o assunto acerca do porquê das emoções poderem transformar-se num enorme obstáculos às mudanças que por vezes tanto ansiamos, apresento uma lista de artigos que explicam detalhadamente as respetivas razões e o que pode ser feito para ultrapassar o problema:

§ Descubra o poder dos sentimentos negativos

§ Aumente o seu sucesso entendendo as suas emoções

§ Entenda os seus comportamentos não desejados

§ O que está na raíz dos problemas psicológicos e dependências

4. AMBIENTE

Se você, na melhor das boas intenções se acostumou a transportar a sua bagagem emocional negativista e sedimentou os hábitos prejudiciais suportados pelas suas emoções negativas, provavelmente o ambiente em que vive não será propício para uma mudança de vida positiva. Dia após dia você vai reforçando a sua dupla fusão (apego às situações prejudiciais e apego às emoções negativas) fazendo com que se confunda com as suas dificuldades, incapacidades e problemas pessoais. Corre assim o risco de personalizar alguns dos seus comportamentos menos saudáveis, e alguns dos seus sentimentos negativos como sendo você próprio. Como os seus comportamentos se expressam no ambiente envolvente, é possível que tenha criado rotinas que estão a reforçar hábitos que tem, exatamente por responder de forma negativa à sua incapacidade de mudar para outros mais positivos e saudáveis.

Não estou a querer dizer que tem de mudar de casa, de emprego ou de amigos, nada disso. O que pretendo transmitir é que dentro do ambiente em que se movimenta, deverá aprimorar o seu estilo de vida, atitudes, comportamentos e atividades que tem, no sentido de preparar o terreno de forma a que com mais facilidade possa passar a expressar a mudança positiva que pretende implementar.

Para aprofundar o assunto acerca da forma como pode melhorar o seu ambiente e propor-se a novos desafios que lhe permitam implementar a mudança desejada, leia os artigos:

A MUDANÇA É POSSÍVEL

Em todos os quatro casos, quando você permite que estes obstáculos controlem de forma negativa o seu dia-a-dia, eles têm o efeito de sabotar os seus esforços para mudar a sua vida de forma positiva. Ainda pior, você sente-se preso, frustrado e impotente para mudar a sua sorte na vida. Acredito que se conseguir desprender-se de alguns acontecimentos de vida mais traumáticos, e fizer as pazes com o seu passado de forma a que se liberte desse desconforto e da bagagem emocional negativa associada, fique numa posição vantajosa para mudar alguns dos seus hábitos prejudiciais, entender o poder das suas emoções e preparar o ambiente que o rodeia para uma mudança de vida positiva. Acredite você também!

http://www.escolapsicologia.com/obstaculos-a-mudanca-de-vida-positiva/

Capacite-se e lidere-se para mudar os maus hábitos


Quando ouvimos falar de capacitação ou liderança, a nossa mente imagina alguém muito competente a dar indicações aos outros para obtenção de resultados satisfatórios. Mas no que diz respeito aos nossos hábitos, às particularidades que vamos adquirindo que nos dificultam a adaptação à mudança, a alguns comportamentos indesejados que temos, como vícios, formas de pensar indadequadas, imaginar capacitar-nos e liderar-nos para alcançar o que pretendemos por vezes pode parecer pura ficção científica. Na verdade, todos nós estamos equipados com a capacidade de liderança. Um cérebro capaz de processar milhões de dados, memorizar, categorizar, refletir, planejar, aprender, evoluir, atualizar-se e acima de tudo ter consciência do que é, produz uma mente que permite sermos lideres de nós mesmos.

A forma como nos programamos, como rescrevemos novos dados, como apagamos outros, como atualizamos a informação, como redesenhamos formas antigas de lidar com as situações, como nos projetamos no futuro, como simulamos ações e atitudes permite-nos percebermos que essa capacidade extraordinária vive em nós. Acompanha-nos para todo o lado. Mas, é preciso fazermos um tremendo exercício de desapego de nós mesmos, daquilo que nos constitui enquanto indivíduos para que consigamos olhar para as nossa partes constituintes, tomar consciência delas e utilizá-las como ferramentas úteis. Essa tecnologia de ponta necessita apenas da nossa consciência, conhecimento de como utilizá-las e depois uma voz de comando, um processo executivo que aciona, atualiza e informa essas ferramentas mentais com novos dados. Você mesmo!

VOCÊ PRECISA DE SUPERAR UM MAU HÁBITO?

Para mudar um mau hábito, um passo precisa acontecer. Você tem de ganhar consciência que tem esse mau hábito e depois pretender mudá-lo ou eliminá-lo. Mas, muitas das vezes e para a grande maioria de nós esses maus hábitos são resistentes, têm vida própria, e apesar de muitos esforços nossos somos vencidos pela sua tremenda força, vivenciando o fracasso. Isto pode tornar-se muito angustiante e terrível na nossa vida. Talvez, você também se debata com este cenário, ou já tenha no passado tentado ultrapassar o tormento de substituir ou eliminar um mau hábito.

Os maus hábitos, como pensar recorrentemente de forma negativa, fumar em excesso,mentalidade de vítima, comer em excesso, criticar-se negativamente, consumo excessivo de álcool, comportamentos desajustados, sendentarismo, excesso de preocupação, entre outros, podem impedir-nos de viver uma vida melhor. Se você já tentou de diversas formas eliminar ou substituir algum mau hábito, e ainda não conseguiu, em seguida irei apresentar algumas formas baseadas na capacidade que você possuí para liderar-se (a sua mente) e que podem comprovar-se como eficazes, quando devidamente aplicadas.

Caso pretenda adquirir mais informação complementar no sentido de ficar melhor equipado para superar os seus maus hábitos, leia: Caixa de ferramentas psicológicas para a vida

TENTE ALGO NOVO

“Insanidade: Fazer a mesma coisa uma e outra vez e esperar resultados diferentes.” - Albert Einstein

Muitas vezes chapinhamos nas mesmas atitudes, comportamentos, pensamentos e estratégias que se comprovam como ineficazes na obtenção dos resultados desejados. Tentar mudar um hábito enraizado, por vezes é altamente frustrante. Usualmente experimentamos o fracasso uma e outra vez. Digamos que você quer fazer uma das seguintes opções:

§ Parar de comer de forma excessiva

§ Parar de fumar

§ Pare de fazer gastos excessivos

§ Parar de ter comportamentos indesejados

§ Parar o diálogo autocrítico negativo

A maioria das pessoas parecem tentar as mesmas técnicas antigas, uma e outra vez para quebrar essas compulsões, obsessões, vícios ou hábitos destrutivos. Infelizmente, muitos de nós não conseguimos produzir resultados duradouros.

Aqui estão algumas das formas típicas e ineficazes para mudar ou eliminar maus hábitos:

§ Propor-se à mudança, sem preparação e conhecimento de como fazê-lo

§ Usar um lembrete para lembrá-lo de periodicamente verificar o seu comportamento

§ Confiar apenas na sua força de vontade

§ Pedir a alguém para responsabilizá-lo

§ Criar uma uma lista das consequências do seu mau hábito

Provavelmente você já usou algumas destas técnicas ou estratégias, mas provavelmente teimam em não funcionar. Este tipo de sentimento de fracasso e sentimento de culpa produzem uma ideia de incapacidade face aos esforços a que se propôs. Vai construindo uma ideia que independentemente do que faça, o hábito que pretende superar é mais forte do que você. Com esta ideia em mente, o próximo passo é a desistência de se propor a novas tentativas. A suaansiedade vai crescendo e com isso o seu problema aumenta. A incapacidade de gerir ou diminuir a ansiedade na presença do mau hábito vinca ainda mais a noção de incapacidade de superação. O que lhe proponho desta vez é uma nova tentativa com uma nova estratégia e abordagem, utilizando a sua capacidade de autoregulação para mudar os seus maus hábitos.

NOVAS FORMAS DE SUPERAR VELHOS HÁBITOS

Tentar uma e outra vez, mesmo que com mais determinação e noção da dificuldade, pode não ser suficiente. Você simplesmente não pode continuar a repetir as velhas formas de quebrar os seus maus hábitos. As estratégias utilizadas têm-se comprovados inúteis? Se sim, você precisa de algumas ideias novas para mudar os seus comportamentos.

VOCÊ NÃO É AQUILO QUE PENSA

Deixe de seguir tudo o que pensa. Ou seja, nem tudo o que pensamos representa aquilo que somos, a nossa vontade ou querer. Nem tudo o que pensamos é útil como orientador das nossas ações. Alguns pensamentos invadem a nossa mente sem qualquer intervenção ou decisão intencional. Se você se deixa enganar, não conseguindo distinguir que alguns dos seus pensamentos são “truques” do seu cérebro. São mensagens enganosas do seu cérebro no sentido de você voltar a fazer aquilo que sempre fez. O cérebro induz a que você continue a ter os mesmos comportamentos que supostamente no passado o fizeram sentir-se bem, mesmo que esse comportamento seja prejudicial para si. Se esse mau hábito libertou na sua corrente sanguínea algum tipo de químico que o fez sentir-se bem, aumentará a probabilidade de ter um novo impulso para repetir esse tipo de comportamento que o conduzirá ao reforço positivo que ficou registado no seu cérebro.

Ao tentar superar um mau hábito, a nossa mente pode criar pensamentos do género:

§ Eu não tenho escolha. Eu precisa disso.

§ Não há problema em fazer apenas desta vez. Eu posso lidar com isso.

§ Não há mal nisso. Eu mereço este alívio.

§ Não é possível parar. Não vou perder tempo tentando.

§ O meu hábito é mais forte do que eu.

§ Eu bem tento, mas não consigo deixar.

§ Já são muitos anos a fazer o mesmo.

Pela força do hábito o que passa a executar-se sem a necessidade da nossa consciência, passa a estar sobre a autoridade do nosso corpo. O nosso corpo passa a ser a nossa “mente” para alguns dos comportamentos automáticos, fortemente aprendidos ou aditivos. O Corpo envia estímulos de mal-estar para o seu cérebro, e este por sua vez irá criar um determinado pensamento para racionalizar o seu mau comportamento. Em desespero, o seu cérebro fica extremamente criativo ao justificar a razão pela qual você deve cumprir com as suas exigências. Normalmente sentimos isso através de fortes sensações de necessidade ou de incontrolabilidade dos estímulos ou desejos.

“Eu não consigo deixar de fazer isto. Eu sei que me é prejudicial, mas eu não sou capaz”

Ao ganhar consciência que você não é os seus pensamentos, não é as suas más sensações, não é as suas necessidades urgentes, nem é os seus sentimentos, consegue fazer o exercício de colocar-se no comando de si mesmo. Ao desapegar-se das suas incapacidades, dos seuspensamentos e sentimentos negativos, você ganha vantagem sobre os seus maus hábitos.

A frase a utilizar é: Eu estou no comando das operações.

Ao perceber que você possui um conjunto de ferramentas que pode utilizar a seu favor, que dependem da sua intenção, capacidade de foco e decisão, grande parte da mudança de hábitos passa a ser uma escolha intencional e consciente.

Por exemplo, quando você deteta uma mensagem enganosa do seu cérebro, pode dizer a si mesmo:

§ Eu não preciso comer mais . Eu já comi o suficiente.

§ Eu não preciso de um cigarro. Fumar está arruinando a minha saúde.

§ Eu não preciso de comprar isto. Não me vai fazer mais feliz.

Atenção, estas afirmações positivas e de orientação intencional não vão parar os estímulos de mal-estar que o seu cérebro e corpo irão continuar a enviar para você. Pelo contrário, a angústia irá disparar e aumentar. Mas se você perceber que o mal-estar provocado pela inibição do mau hábito, é apenas isso mesmo, mal-estar, e não a sua vontade e querer, você ficará no controle. Isso dar-lhe-á a clareza necessária para você controlar-se e seguir em frente.

Quando a urgência da execução do mau hábito surgir, mantenha-se firme no seu querer. Diga a si mesmo que essa não é a sua vontade. Que o que está a acontecer é um conjunto de estímulos químicos que o seu cérebro está enviando para você no sentido de executar o mau hábito, para ter como retorno uma libertação no seu corpo de outros químicos que o irão fazer sentir-se bem. Pelo menos irão fazê-lo sentir-se aliviado, ainda que isso seja prejudicial para si e para a sua vida em geral.

APLIQUE A TECNOLOGIA DE PONTA DA SUA MENTE, ESTANDO NO CONTROLE

Ao perceber que os seus maus hábitos ganharam vida própria, que eles sobrepuseram-se à utilização deliberada daquilo que você mais quer para si, fica com a possibilidade de passar a não responder em piloto automático. Se atuar em tempo útil, se não seguir de forma automática os sinais de urgência enviados pelos seus maus hábitos enraizados, pode conseguir superar o que tanto deseja.

Liderarmo-nos é a capacidade que todos nós temos para deliberadamente seguirmos aquilo em que focamos a nossa atenção. É a capacidade de monitorizar o ambiente envolvente procurando formas que facilitem a obtenção dos resultados pretendidos. É a capacidade de regular os nossos estados internos (por exemplo acalmar a nós mesmos) para que possamos criar pensamentos positivos que nos sirvam. É a capacidade de percebermos que os nossos pensamentos são eventos mentais e não acontecimentos em si. É a capacidade de dizer não àquilo que sabemos que nos prejudica. É eliminar a ilusão acerca da ideia que existe algo em nós superior à capacidade de conscientemente construirmos pensamentos que facilitem a obtenção do que queremos realizar. Você possui autoliderança para regular-se a si mesmo em prol da sua melhoria de vida e do seu desenvolvimento pessoal.

Passos:

1. Identifique os hábitos a mudar ou a superar

2. Identifique as mensagens enganosas do seu cérebro (como exemplificado anteriormente)

3. Tome consciência que você não é as suas incapacidades, pensamentos e sentimentos negativos, mal-estar e angústia

4. Deliberadamente, verbalize afirmações de comando das ações que quer ou não quer fazer (como exemplificado anteriormente)

5. Siga as suas próprias indicações, focalizando a sua atenção nos processos

6. Prepare-se para o incómodo gerado pelo seu corpo ao inibir os maus hábitos

7. Siga o que quer fazer, fazendo

8. Implemente hábitos saudáveis de substituição

http://www.escolapsicologia.com/capacite-se-e-lidere-se-para-mudar-os-maus-habitos/