sábado, 29 de dezembro de 2012

Quando optar pela terapia de casal?

"Tentar ser feliz é obrigatório. Realizar é uma sorte."
Jorge Forbes

A procura pela terapia de casal aumenta anualmente nos consultórios, mesmo assim o tema ainda permanece obscuro para muitos. Tentarei, primeiramente, responder brevemente às perguntas que me são feitas com maior frequência e, na sequência, esclarecerei também o porquê acredito que o trabalho feito com os dois membros do casal traz alento a inquietações e questões próprias dosrelacionamentos contemporâneos.
 1. Uma terapia de casal serve só para casados ou também para namorados?

A terapia de casal é útil tanto para casais formalizados quanto para namorados que moram juntos, ou seja, não precisa da formalização do estado civil.

2. É melhor fazer a terapia de casal no início do relacionamento, como um trabalho preventivo, ou só quando o relacionamento já esta se desgastando?

Quando tudo esta bem não tem porque fazer terapia de casal. Porém, se um dos membros tem um histórico de relacionamentos que acabam naufragando sempre pelo mesmo motivo é importante que busque uma terapia individual para entender quais mecanismos inconscientes o impediram de dar outro destino aos relacionamentos anteriores e obter maior compreensão e consequente liberdade de escolha em relação ao atual.

3. Casais homossexuais também podem se beneficiar da terapia de casal?

Obviamente que sim. Os mecanismos psíquicos dos relacionamentos amorosos são os mesmos, independentemente da orientação sexual.

Estruturas que moldam um relacionamento

Não é fácil estabelecer um padrão geral de comportamento nem abstrair um protótipo estrutural das relações de casal de nossa época. Mas é indubitável que as mudanças nos pactos entre homens e mulheres trazem ao vínculo uma sensação de fragilidade desconhecida em décadas passadas.
 Cada um espera encontrar no outro um colo, uma pessoa com maturidade emocional suficiente para atender suas carências afetivas. Paradoxalmente na atualidade tanto o homem quanto a mulher estão sujeitos a elevados níveis de tensão: a competição no trabalho, a ameaça de desemprego, o trânsito - estresse em geral.
 Em tal contexto, sem dar-se conta, esperam encontrar no casamento uma espécie de oásis, uma fonte de conforto, um parceiro atento, meigo e compreensivo além do sexo cinematográfico... Deseja-se apoio, proteção, reconhecimento.
 A necessidade de muito receber do outro entra em confronto com a pouca disponibilidade para dar.

Os parceiros se revezam num eterno conflito: quem recebe sente que recebe pouco e quem dá acha que dá demais.

Nesse panorama, a procura por terapia de casal cresce ano a ano.
 Acrescido ao dito acima, os mitos que definiam os relacionamentos nos casamentos tradicionais tais como o mito de que "só se ama uma vez" e o mito do "amor eterno" foram dando lugar a mitos modernos, mais complexos e "confusos" no sentido do que se pode ou não esperar do parceiro amoroso.
 Se os mitos modernos contribuíssem para o crescimento individual ou para o desenvolvimento do casal seria maravilhoso, no entanto o que vemos são casais cada vez mais inseguros, cobradores, "grudados" e ciumentos.
" Não há garantias no amor, amar é um projeto arriscado. Mais arriscado ainda é riscar da vida o amor"

Mitos modernos

Para melhor elucidar, citarei alguns dos mitos dos casamentos modernos que foram substituindo os mitos tradicionais: o mito da "Verdade Total", que compreende em contar tudo ao parceiro (pacto que muitas vezes chega às raias da crueldade); o "Mito da Liberdade": nesse ideal cada um tem a liberdade de fazer o que quiser, quando quiser e como quiser. Algo muito "moderninho", mas que no fundo não passa de uma falsa noção de independência que acaba ferindo o outro; o mito da "paixão avassaladora": aqui passado o arrefecimento da paixão, o furor do sexo, parece que há um "erro" no relacionamento; mito da "perfeição eterna do parceiro": nada mais falso, ou seja, ao se perceber que o parceiro tem imperfeiçoes, percebe-se também que é chegado o momento de romper. Reina a fantasia de que só pessoas perfeitas se relacionam.

Uma chance

 As estatísticas não mentem: quando um casal chega ao consultório é porque a via de comunicação entre os dois já se esgotou. Mas, obviamente, ainda há o que ser dito senão não estariam procurando ajuda para alguém interpretar o que não estão conseguindo dizer um ao outro.
 A terapia de casal geralmente é procurada em meio a uma crise suficientemente grave para ter levado ao menos um dos parceiros a falar em separação. Separação é um processo doloroso, mesmo para o parceiro que se diz decidido.
 A suspeita de traição ou a traição confirmada por um dos parceiros é a causa que traz mais casais ao consultório, além de questões ligadas à sexualidade, filhos, falta de amor estariam entre as outras queixas mais frequentes.
 A terapia de casal dura em média de três a quatro meses, um trabalho breve para os padrões da psicanálise e o rumo que o relacionamento vai tomar a partir do processo analítico não pode ser defindo a priori.
 O terapeuta ajuda o casal a desvendar o que está encoberto por trás das brigas repetitivas e aparentemente fúteis que normalmente impedem que o casal consiga ter uma conversa minimamente civilizada.
 Os dois membros do casal terão clareza dos processos inconscientes que os levaram a se escolherem como parceiros e como chegaram ao ponto de desencontro. Essa consciência proporciona uma clareza dos mecanismos em jogo nas tramas da relação. Haverá a consciência de que num casal não existe um único culpado nem um único santo. Há sempre dois em jogo...
Não há garantias no amor, amar é um projeto arriscado. Mais arriscado ainda é riscar da vida o amor.  
 Concordo com Jorge Forbes quando diz que a felicidade amorosa não tem garantia. Ele acredita que buscá-la é obrigação de todos. Mesmo sabendo o risco de se machucar no caminho.
http://minhavida.uol.com.br/bem-estar/materias/15873-quando-optar-pela-terapia-de-casal#.UNtjyG_LTVU


Medo e Fobia: Diferenças e Semelhanças


Fobia e Medo são conceitos relativamente semelhantes, que por consequência muito confundidos, tanto nas conversas de senso comum, como também em psicologia, o que muitas vezes pode ser grave. Mas afinal o que é o medo, e a fobia? Que distinguem ambos os conceitos?
O Medo é uma reação que aumenta a nossa capacidade de atenção, de resposta, bem como os níveis de adrenalina. Investigadores afirmam que o medo não deve ser eliminado nem combatido. É saudável e importante termos medo, visto que este visa a autopreservação. Além da nossa razão que tem capacidade de fazer escolhas entre o bem e o mal, o medo não toma decisões, é um sistema muito mais rápido que a razão que visa a proteção do organismo.
A Fobia é entendida como um medo irracional, compreendido pelo próprio sujeito como desproporcional, possuindo uma reação exagerada. Mas que não consegue reagir de forma a contraria-lo. As pessoas com fobia descrevem-na como “ sendo mais forte que elas”, inevitável e incontrolável.
A Fobia entra no campo da psicopatologia, a maioria dos objetos, lugares ou situações são subjetivos, isto é, o individuo interpreta como perigoso e ameaçador, muitas vezes algo normal e inofensivo para os restantes indivíduos. Perante o objeto ou situação fóbica, o sujeito tem um pico de ansiedade associada, reconhecendo muitas vezes a inexistência do perigo, mas não consegue agir de forma diferente. Esta é considerada patológica, principalmente quando áreas da vida do individuo começam a ser prejudicadas.
As Fobias estão divididas, segundo o DSM-IV em 5 grandes grupos:
Animais (gatos, cães, aranhas, etc.)
Aspetos do ambiente natural (marmotos, relâmpagos, chuva, etc.)
Situações (falar em publico, andar de avião, estar em espaços fechados, etc.)
Sangue (injeções, feridas, agulhas, operações, etc.)
Outros (medo de ter medo, medo das dores, medo de vomitar, etc.)
Existem fobias extremamente bizarras, tal como: Coulrofobia (medo de palhaços);Globofobia (medo de borbulhas); Algodãofobia ( medo de bolas de algodão); Itifalofobia(medo de ereções); Ablutofobia (medo de tomar banho); Androfobia (medo de homens);Ergofobia (medo de trabalhar).
Existe uma imensa lista de fobias, umas quase consideradas saudáveis outras extremamente patológicas.
Concluindo, verificamos que o Medo e a Fobia são conceitos embora semelhantes em algumas dimensões podem ser considerado opostos noutras. Isto é, existem objetos ou situações específicas em que a diferença entre o medo e a fobia, resume-se unicamente à forma e à intensidade da reação, como por exemplo a fobia a cobras ou outro perigo real. Podem ser considerado opostos, na medida que enquanto o medo, preserva, protege a vida humana, a fobia isola as pessoas, prejudicando o próprio bem-estar, como também o bem-estar das pessoas à sua volta. Por exemplo, toda a gente tem medo de algo, é uma reação inevitável. Porém imagine-se que toda a gente tivesse ergofobia (medo do trabalho) como seria a vida? Ou se todo o mundo tivesse androfobia (medo de homens), como a humanidade teria chegado até à atualidade sem reprodução? Visto isto, torna-se claro que o medo é algo benéfico e a fobia algo negativo tanto para o ser humano como para a humanidade em geral.
Porém, é importante referir que alguns investigadores distinguem medo de fobia, pela objetividade do medo e a subjetividade da fobia. Não concordo inteiramente com esta distinção, visto que em primeiro lugar, a realidade é sempre vivida de forma subjetiva, independente da objetividade exterior. Em segundo lugar, são raros os medos transversais a todas as épocas, povos e culturas. O que para nós é “objetivamente” perigoso e por isso evitado (como as cobras), para outros povos, pode ser inofensivo e procurado (alimentando-se de cobras).
E você, qual o seu maior medo ou fobia?

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Quem trai uma vez trai duas? Especialistas explicam se o infiel é incorrigível







Uma vez infiel, sempre infiel? Depende. Trair pode estar relacionado à infelicidade no relacionamento, a uma característica da personalidade, um momento de descontrole emocional e muitas outras razões. Portanto, não é possível afirmar se uma pessoa que foi infiel uma vez repetirá seu comportamento, mas dá para imaginar ao analisar a situação. 

O terapeuta, escritor e especialista em relacionamentos Sergio Savian acredita que, se alguém começa a trair, dificilmente vai parar. Para ele, é natural o desejo de se envolver com outra pessoa, e ele só não é extravasado se há alguma influência externa. "Nossa sexualidade funciona a base de hormônios. A fidelidade, muitas vezes, tem de vir com cabresto, por isso as pessoas que menos traem são as religiosas. O ser humano, no seu jeito natural, trai".

Para a psicóloga Miriam Barros, especialista em terapia familiar e psicodrama, é possível que um deslize se transforme em hábito. “Se a infidelidade não tiver consequências, a pessoa fará a segunda vez", diz.
Realizada em 2008, a pesquisa Mosaico Brasil, coordenada pela médica psiquiatra Carmita Abdo, fundadora e coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, contou com 8.200 participantes e revelou que a traição ainda ocorre mais entre os homens.
Os dados mostram que, entre 18 e 25 anos, cerca de 65% dos homens dizem que já traíram; na faixa dos 40 a 50 anos, esse número passa dos 70%; já dos homens entre 60 e 70 anos, cerca de 75% afirmam já terem sido infiéis. Entre as mulheres, é possível notar que a infidelidade é mais frequente entre as jovens: na faixa dos 18 aos 25, 48% admitem que já traíram, enquanto apenas pouco mais de 20% das mulheres entre 60 e 70 anos assumem o mesmo.
“Isso revela que a traição é um padrão masculino instituído no Brasil. Essa prática se inicia desde muito cedo com os homens e vai se repetindo ao longo da vida, já que todas as gerações pesquisadas apresentam índices muito semelhantes”, diz Carmita. Segundo ela, os números sugerem que apenas 30% dos homens brasileiros em qualquer faixa etária se mantêm fiéis, enquanto estima-se que 70% teria uma prática usual de relacionamento extraconjugal em qualquer idade.

Diferentes perfis

Nos últimos 20 anos, a antropóloga Mirian Goldenberg realizou pesquisas com cerca de quatro mil pessoas no Brasil. O resultado do estudo deu origem a livros como "A Outra", "Infiel: Notas de uma Antropóloga" e “Tudo o Que Você Não Queria Saber sobre Sexo” (Ed. Record), que mostram que há uma diferença entre infidelidade feminina e masculina.
Segundo Mirian, um número pequeno de homens se define polígamo por natureza. São aqueles que traem dezenas de vezes, sem um motivo específico. Traem por acreditar que esse comportamento faz parte da essência masculina. O perfil do infiel crônico, segundo ela, é marcado por homens que separam sexo de amor e não sentem culpa.

Para Mirian, a maioria dos homens que trai age assim porque vive algum conflito pessoal ou no casamento. E muitos dizem não trair por preguiça, alegando que uma mulher já dá trabalho o suficiente. "É o cara que não quer trair, ele quer ter outra companheira ou está prestes a se separar. Esse é o tipo que não trairá novamente, a menos que viva outra crise".
Segundo a psicoterapeuta e orientadora sexual Maria Cristina Romualdo Galati, responsável pelo atendimento psicológico do serviço de disfunções sexuais masculinas do Hospital São Paulo – Unifesp, essa terceira pessoa é uma possibilidade de tomar coragem para sair daquilo que não está bom.

 
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/10/19/quem-trai-uma-vez-trai-duas-especialistas-explicam-se-o-infiel-e-incorrigivel.htm

Vicio em sexo existe mesmo ou é desculpa para traição?


Pesquisadores propõem novos critérios para o diagnóstico e debatem se condição é um distúrbio ou apenas mau comportamento

Nos últimos anos, " vício em sexo " foi a desculpa de muitos famosos flagrados pela imprensa de celebridades traindo seus parceiros. Mas será que o que psicólogos chamam de "transtorno hipersexual" é uma patologia real ou apenas uma desculpa esfarrapada para o mau comportamento? 

Ao que tudo indica, o problema é mesmo real. E pode até ser incluído na 
próxima revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), considerado a "bíblia" dos psicólogos e psiquiatras. 

Nos Estados Unidos, o assunto tem inclusive, recebido atenção de pesquisadores. Recentemente, uma equipe de especialistas formulou critérios que podem ajudar terapeutas a identificar 
corretamente a doença, já de olho no tratamento. 

Para testar os critérios, os pesquisadores fizeram entrevistas e conduziram testes psicológicos com 207 pacientes tratados em várias clínicas de saúde mental no país. Todos os participantes buscavam ajuda para controlar seu comportamento sexual, por abuso de substância ou outras condições psiquiátricas como depressão ou ansiedade. 

Aplicando a teoria sobre os 
dados obtidos dos participantes, os pesquisadores disseram ter encontrado com precisão 93% das pessoas do grupo que tinha o transtorno hipersexual. 

Causando problemas 

De acordo com um dos pesquisadores, a questão fundamental é saber se o descontrole sexual está interferindo na vida da pessoa e se ela se sente impotente para mudar isso. "O ponto é o comportamento sexual que está causando problemas, seja ele fora de controle, ou com risco de contágio de doenças", disse o co-autor das diretrizes Rory Reid, um professor assistente de psiquiatria da Universidade da Califórnia, em Los Angeles. "Geralmente são as consequências (do comportamento hiperssexual) que levam as pessoa buscarem tratamento." 

Segundo Reid, o termo "vício em sexo" um equívoco. "Eu não chamaria isso de vício em sexo, porque não temos informações para defini-lo realmente como uma compulsão", explicou. 

Para atender 
aos critérios de classificação como transtorno hipersexual, o comportamento deve causar danos. "Se um paciente está se envolvendo em um determinado comportamento sexual que não machuca a si próprio ou aos outros, não é um problema", explicou. 

Os resultados do estudo, publicados na edição de outubro do "Journal of Sexual Medicine", definem um conjunto de critérios que mostram o que deve ser considerado como transtorno hipersexual. 


Os critérios incluem: 

 Comportamento recorrente ao longo de um período de pelo menos seis meses; 

 Recorrentes e intensas fantasias sexuais, muitas vezes em resposta à ansiedade, depressão e estados de humor ou outros eventos estressantes; 

 Tentativas da pessoa de controlar ou reduzir o comportamento; 

 Comportamentos que envolvem risco para si ou para outras pessoas, causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento pessoal; 

 Algumas condições excluem o diagnóstico de transtorno hipersexual: o abuso de drogas (as fantasias sexuais ou comportamentos de risco costumam ocorrer sob influência), condições médicas subjacentes e a faixa etária (o diagnóstico geralmente não é feito para menores de 18 anos). 

O estudo mostra ainda que, na maioria das vezes, a doença tem suas raízes na adolescência ou início da idade adulta. Os comportamentos sexuais mais comumente associados com o problema são a masturbação e uso excessivo de pornografia, sexo consentido com um adulto e sexo virtual. Fatores de risco são sexo com prostitutas, traição em série ou ter uma média de 15 parceiros sexuais diferentes em um ano. 

Tratamento 

A boa notícia é que o transtorno hipersexual pode ser tratado. De acordo com Reid, o tratamento inclui terapia comportamental cognitiva ou terapia experimental para ajudar as pessoas a processar suas emoções e desenvolver habilidades de enfrentamento, meditação para ajudar os pacientes a aumentar a sua tolerância aos desejos e grupos de recuperação. (Fonte: Delas - com informações do New York Times)

Enquanto há dois perfis de homens que traem, a mulher infiel é uma só, segundo as pesquisas de Mirian: aquela que sofre muito e não quer repetir o drama. A antropóloga explica que as mulheres, no geral, não desejam se dividir entre dois parceiros, mas ter uma única pessoa ao seu lado e depositar nela suas expectativas. Segundo ela, as mulheres tendem a culpar o homem pela traição: por sentirem falta de atenção ou porque o casamento estava ruim. “A mulher nunca assume que traiu porque teve tesão e pronto".
Carmita observa em suas pesquisas que a tendência de manter dois parceiros concomitantes não é tão feminina quanto masculina. "A intenção da mulher ao trair tende a ser buscar um relacionamento mais satisfatório, e isso tende a não se repetir com frequência", diz.

Os homens, por outro lado, costumam buscar conhecer outras mulheres, mas não outras parceiras. "Como não há envolvimento afetivo, muitos invalidam o conceito de traição. Já a mulher raramente vai buscar outro parceiro apenas para ter relações sexuais”, diz Carmita. Segundo ela, 43% das mulheres dizem que fariam sexo sem envolvimento, enquanto 75% respondem sim à mesma pergunta.

É possível “corrigir” um infiel?

Para a psicanalista Dora Tognolli, da SBP-SP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo), há uma fantasia de regeneração do outro, que raramente dá certo. "Alguns perfis não se transformam numa relação amorosa. Superestimar o próprio poder, achando que será possível por o outro na linha, é um erro", afirma. Segundo Mirian, é comum que a mulher pense que pode "consertar" o homem, de que se ele traiu a "ex", é porque ela não era tão especial.

"Se ele sempre acreditou que fazer sexo com outras mulheres é ser fiel à própria natureza, ele continuará a pensar assim". Se traiu a antiga parceira por estar insatisfeito com a relação, o cenário é outro: é possível, sim, que ele não venha a ser infiel com a nova paixão, se estiver satisfeito com essa nova relação. 

É POSSÍVEL PERDOAR UMA TRAIÇÃO? PSICANALISTA DISCUTE TEMA

Confira mentiras e verdades sobre os desejos masculinos


        Uma matéria publicada pela revista feminina Nova Cosmopolitan listou as sete mentiras que rolam por aí a respeito do desejo masculino. Por questões culturais e, às vezes machistas, informações equivocadas acabaram se tornando verdadeiros mitos. Os editores da publicação desvendaram o que é verdade e o que é mentira quando o assunto é o tesão dos rapazes. Confira: 

Mentira 1 - os homens estão sempre com tesão 

Esse é um mito perigoso. Há um milhão de motivos pelos quais seu amado pode querer ficar longe da cama. A ansiedade por uma 
promoção no trabalho e até o fracasso do time de futebol podem ter efeito apaga-fogo. Essa ideia de que os homens devem estar sempre a ponto de bala pode estragar orelacionamento. Quando o sexo não acontece, nós mulheres nos sentimos rejeitadas e eles, humilhados. "O mito é tão forte que os homens são enganados pela própria expectativa", diz a psicóloga e terapeuta sexual Ana Canosa, da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana. 

Mentira 2 - Pés grandes = pênis grande 

Se alguém calça 44, todo o resto vai ser proporcionalmente grande, certo? Não. Pesquisadores da
universidade inglesa College London decidiram tirar a prova - e as medidas. O que descobriram? Nenhuma relação entre o tamanho das meias e o da camisinha. Nem pés nem mãos. "Cada membro é determinado por um gene distinto", afirma o ginecologista Eliano Pellini, chefe do Departamento de Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC, na Grande São Paulo. 

Mentira 3 - Eles querem mais sexo do que nós 

Uma possível origem dessa lenda é o fato de os homens estarem interessados em sexo de maneira mais constante, enquanto somos afetadas por mudanças hormonais. Eles também atingem o pico de vigor sexual mais cedo, o que pode causar descompasso a certa altura do campeonato. Por isso é cada vez mais comum ver 
mulheres mais velhas dividindo a cama com parceiros mais jovens. Além do mais, nunca foi socialmente proibido à ala masculina fazer sexo somente por prazer. "Os homens aprenderam a transar para relaxar, para comemorar, para esquecer os problemas", destaca Ana. Gradativamente, muitas mulheres vêm enxergando o ato da mesma forma. E aí o desejo delas não perde em nada para o deles. 

Mentira 4 - O pênis deve ter mais de 15 centímetros 

Cuidado para não cair na propaganda enganosa. Você pode até achar um pênis grande mais bonito, mas quem vê cara não vê eficiência. "A vagina envolve o pênis, se adaptando a qualquer tamanho", diz Pellini. Sem contar que 70% das mulheres só atingem o orgasmo por meio da estimulação do clitóris - o que não tem nada a ver com o tamanho, e sim com a habilidade dele em acertar uma localização geográfica. 

Mentira 5 - Eles nunca fingem orgasmo 

Claro que para os homens é mais difícil esconder a evidência. Mas 26% deles fingem, sim, segundo a pesquisa Sexualidade dos Brasileiros, do Instituto Datafolha. "A confusão existe porque a resposta sexual masculina começa com a ereção", explica a sexóloga Maria Luiza Cruvinel Moretti, de São Paulo. Mas ela significa apenas que as terminações nervosas do pênis foram estimuladas. "O orgasmo é a etapa seguinte, quando ocorrem pulsações e contrações", completa. Portanto, um homem pode, sim, simular o clímax. E pelo mesmo motivo que as mulheres: terminar o ato mais cedo sem ferir seus sentimentos. 

Mentira 6 - Preliminares não são para eles 

Os mais jovens até costumam dispensá-las por medo de ejaculação precoce, mas a maioria ama um ensaio antes da estreia. "Os homens adoram criar tensão gradualmente", afirma a psicoterapeuta britânica Paula Hall. Além disso, nós mulheres estamos cada vez mais exigentes, o que fez com que os homens descobrissem prazer em simplesmente ver a parceira sentindo prazer. Tanto que, em uma pesquisa feita pela Universidade de New Brunswick, no Canadá, o tempo médio de preliminares considerado ideal por eles foi de 18 minutos. Já pelas mulheres, cinco. 

Mentira 7 - Eles só ficam excitados se a calcinha for sexy 

Não é das vermelhas que eles gostam mais. Uma marca inglesa de produtos de lavanderia entrevistou mais de mil homens e chegou à cor campeã de elogios: a preta. Mas o que realmente os deixa excitados é a variedade. Modelos diferentes permitem que seu gato se sinta fazendo sexo cada vez com um tipo de mulher (fetiche!). Claro, quando há tesão, a coisa vai com qualquer modelo. Mas, mesmo que seu marido adore sua calcinha fio dental, se a vir sempre vai acabar entediado. É como provar o mesmo cereal toda manhã. 

Cinco verdades 

1. Homens adoram pornô - O cérebro masculino é mais sensível à estimulação visual. 

2. Gostam quando você toma a iniciativa - Principalmente os mais jovens e com maior escolaridade, aponta o Instituto Kinsey para Pesquisas sobre Sexo, nos EUA. 

3. Contam tudo aos amigos - E não só para se gabar. Muitos conversam sobre problemas e dicas para aumentar o prazer. 

4. São inseguros - Maiores encanações: ejaculação precoce e medo de broxar. Não satisfazer a parceira atormenta 56% deles. 

5. Adoram experimentar - Eles se masturbam mais e por isso enjoam mais rápido dos métodos testados. (Fonte: 
Revista Nova Cosmopolitan / M de Mulher)