Sexo bom na
gravidez
A
barriga cresce, o desejo flutua e as dúvidas se multiplicam. Essa mudança
radical não é empecilho para o prazer. Veja como manter a chama acesa ao longo
da gestação
A arquiteta paulista
Christiane Assis, 36 anos, sentiu que a gravidez acendeu o seu desejo sexual.
“Eu estava me sentindo linda, poderosa, ultrafeminina. E isso deve ter
contagiado a relação. Transei praticamente durante quase toda a gestação e
queria sempre mais. Só parei no oitavo mês porque estava muito pesada. A minha
pele e os meus seios estavam mais sensíveis e descobri novas sensações. Havia
uma sensualidade constante”, conta a arquiteta, mãe de João Vitor, 3 anos e
seis meses.
Já para a professora de
educação física Mariana Castro Gonçalves, 29 anos, também de São Paulo, a
espera do bebê, embora muito curtida, teve pouco sexo. “No primeiro trimestre,
a libido até que continuou igual. Mas eu morria de sono. Depois o desejo foi
caindo, caindo. No início, fiquei insegura. Pensava: ‘Será que eu e meu marido
vamos perder a conexão sexual? Será que eu vou virar a mãe e deixar de ser a
namorada?’ Resolvi perguntar como ele se sentia e ouvi que estava na mesma
sintonia. Depois que nossa pequena nasceu, ainda demorou para voltarmos ao
ritmo normal (por causa da amamentação, os hormônios ficam todos confusos), mas
hoje já está tudo bem. Foi só uma fase”, diz Mariana, mãe de Isadora, 1 ano.
As duas histórias – tão
diferentes – exemplificam bem como o sexo pode ser vivenciado de maneira
diversa ao longo da gestação. Assim como o corpo se transforma com a avalanche
hormonal, o tesão também oscila. Mas, como regra geral, manter relações sexuais
durante a gravidez é muito bem-vindo e só contribui para aprofundar a
intimidade do casal. “A afetividade decorrente desse momento aviva a
sexualidade, que passa a ser prazerosa também nessa fase”, defende o
ginecologista e obstetra Luís Fernando Aguiar, do Hospital Israelita Albert
Einstein, em São Paulo. Para o especialista, no entanto, alguns mitos podem
interferir na tranquilidade da relação.
O medo da penetração
Segundo o ginecologista Luís
Fernando, o medo mais comum, especialmente entre os maridos, é o da penetração.
“Muitos acreditam que vão machucar o bebê e acabam travando. Mas isso é
impossível. Não há como o pênis atingir o feto porque ele está muito bem
protegido dentro do útero por várias camadas de músculos e pelo saco
gestacional”, esclarece o especialista. Não bastasse essa proteção bem
acolchoada, há ainda um tampão mucoso que fecha a entrada uterina, poupando o
pequeno de outros tipos de contatos e contaminações.
Outro tabu que merece ser
derrubado é o de que as contrações provocadas pelo orgasmo podem acelerar o
trabalho de parto. Na verdade, isso é pra lá de normal e contribui para
fortalecer os músculos do períneo, o que, mais para a frente, poderá ajudar na
hora do parto normal.
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