Estudos comprovam que a atração intensa não aparece só no
início da relação. Com o passar do tempo, ela vai e volta, mesmo em casamentos
longos
A paixão ressurge quando olhamos para trás e vemos a nossa
família encaminhada e feliz
Foto: Getty Images
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Ah, a paixão... Aquele
sentimento avassalador que vira a nossa vida de cabeça para baixo e nos faz
suspirar pelos quatro cantos. De repente, nada mais vale a pena senão estar ao
lado da pessoa desejada. Apaixonar-se é uma delícia, mesmo que seja apenas por
uma noite, uma semana, um mês. Melhor ainda é se apaixonar constantemente pelo
mesmo parceiro. Você acha que isso é impossível num relacionamento longo? Não
é, não.
Em levantamento feito nos
Estados Unidos, em 2010, com 274 homens casados há mais de 10 anos, 74% deles
declararam "estar apaixonados", "muito apaixonados" ou
"intensamente apaixonados". Esses dados derrubam a ideia de que a
paixão necessariamente desaparece com o tempo. "Esse sentimento pode
ganhar força à medida que os anos passam", afirma Daniel O'Leary, autor do
estudo e professor de psicologia da Universidade Stony Brook.
Porém, de acordo com o
psicólogo italiano Francesco Alberoni, autor do livro Enamoramento e Amor (Ed.
Rocco), a chama da paixão só reacende se o casal consegue levar uma vida ativa,
interessante, povoada de novidades e, principalmente, de cumplicidade. "É
claro que a paixão ressurge quando olhamos para trás e vemos a nossa família
encaminhada e feliz, apesar de todos os desafios e obstáculos, naturais na vida
de qualquer um. É nessa fase de amadurecimento, de envelhecimento, que
percebemos que somos completamente apaixonados", declara o ator Paulo
Goulart, casado há 58 anos com a atriz Nicette Bruno.
Turbilhão de emoções
O primeiro estudo mostrando o que acontece no organismo dos apaixonados foi realizado nos Estados Unidos, há 40 anos. A psicóloga americana Dorothy Tennov avaliou 400 pes-soas flechadas pelo cupido e concluiu que todas tinham os mesmos "sintomas": o coração batia mais rápido e um frio na barriga era sentido sempre que a pessoa desejada surgia.
O primeiro estudo mostrando o que acontece no organismo dos apaixonados foi realizado nos Estados Unidos, há 40 anos. A psicóloga americana Dorothy Tennov avaliou 400 pes-soas flechadas pelo cupido e concluiu que todas tinham os mesmos "sintomas": o coração batia mais rápido e um frio na barriga era sentido sempre que a pessoa desejada surgia.
Pernas trêmulas, mãos suadas,
noites maldormidas e falta de apetite também foram citados. "Essas
sensações são provocadas pelo nosso sistema de recompensa, um conjunto de
estruturas do cérebro que detecta quando algo interessante acontece e nos
premia com uma sensação de satisfação. O cérebro associa esse prazer àquele
alguém", explica a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, professora da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os sintomas da paixão são
desencadeados por grandes doses dos hormônios dopamina e norepinefrina
(noradrenalina), que agem diretamente no cérebro e são estimulantes naturais,
também utilizados em moderadores de apetite. E como um ser humano não
conseguiria sobreviver para sempre sem comer ou dormir, o cérebro faz a paixão
adormecer e o sentimento se transforma em amor.
"A boa notícia da
neurociência sobre a longevidade dos relacionamentos amorosos é que eles não
estão necessariamente fadados ao esgotamento, porque a paixão vai e
volta", diz Suzana. É possível, sim, se reapaixonar por décadas a fio pela
mesma pessoa. Quer ver só?
Felizes para sempre
Homens contam por que continuam
loucos por suas mulheres:
"Nos momentos bons ou
ruins, não há diferença: ela sempre tem um carinho para oferecer" - Fábio
Oliveira, dentista, casado há 6 anos
"Ela me surpreende todos
os dias como mãe, esposa e mulher. É o pilar da nossa família" - Daniel,
cantor sertanejo, casado há 2 anos
"A garra que ela tem para
conquistar a própria independência me faz sentir orgulho dela" - Carlos
Eduardo Herrera, publicitário, casado há 2 anos
"Todas as nossas
afinidades, como sair para jantar, curtir um samba, assistir a um jogo de
futebol e até mesmo ler um livro atual, me fazem ser apaixonado por ela. Sempre
temos assunto que rendem boas conversas" - Pio Melo, professor, casado há
5 anos
"A Ju, minha mulher, é uma
pessoa solidária, parceira, extremamente divertida e bem-humorada. E o mais
legal de tudo é que, seis anos depois, eu a vejo no papel de mãe e me apaixono
de novo!" - Mario Frias, apresentador da RedeTV!, casado há 6 anos
"A lealdade a torna uma
boa companheira, cúmplice, amante, esposa e mãe. Ela é a estrutura da nossa
casa. Por isso me apaixono por ela todos os dias" - Antenor Masson,
analista em T.I., casado há 27 anos
"Ouvir um 'sim' para um
pedido que muitas vezes recebeu 'não' faz a gente se apaixonar novamente. Por
exemplo: em 2011 ganhei um cachorro" - Celso Zucatelli, jornalista e
apresentador da TV Record, casado há 12 anos
"Minha mulher é equilibrada.
Se estou irritado, ela sempre tem a palavra certa e um gesto doce de
conforto" - Alexandre Leite, professor de educação física, casado há 1 ano
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