A personalidade Borderline
ou limítrofe, embora ainda muito desconhecida, o seu diagnóstico tem vindo a
aumentar. Mas o que é a personalidade Borderline?
A personalidade Borderline
embora não muito popular atualmente, existem relatos deste transtorno desde a
antiga Grécia, pela coexistência de intensos humores divergentes dentro de um
mesmo sujeito, relatando sintomas como a extrema raiva impulsiva, ideações
vingativas, tristeza e mania dentro de uma única pessoa.
O nome “Borderline” foi
utilizado pela primeira vez na década de 30, por Adolf Stern, referindo-se a
esta como uma forma suave de esquizofrenia, estando situada no limiar da
psicose, daí o nome de “Borderline”, “Limítrofre” ou “Estado- Limite”. Esta
situa-se no limiar entre a neurose e a psicose.
Muito semelhante a
transtornos como a distimia, ciclotimia ou mesmo a doença bipolar, apenas em
1980 foram criados critérios padronizados e objetivos de forma a distinguir o
transtorno Borderline dos restantes.
A personalidade Borderline
caracteriza-se por um padrão de relacionamento emocional intenso, mas confuso e
desorganizado. Instabilidade emocional é marcante, apresentando alterações e
flutuações rápidas e variações de humor instantâneo sem justificação real.
Estas pessoas reconhecem o seu humor instável e a sua labilidade emocional, mas
tentam justifica-la argumentando, porém com argumentos sem validade e
coerência. Com comportamento extremamente impulsivo e por consequência
autodestrutivo. Perguntas que definem a identidade como: “ Quem sou?”, “Para
onde vou?”, têm constantemente respostas diferentes. Para estes pacientes a
insatisfação pessoal é constante.
Aspetos Centrais
§ Relacionamentos instáveis,
variando rapidamente entre a extrema admiração e o desprezo.
§ Comportamento impulsivo
relativamente a gastos financeiros, ao nível sexual, no consumo de substâncias
psicoativas, entre outros, refletindo imaturidade e irresponsabilidade.
§ Variação rápida de
emoções, alterando rapidamente entre irritação, angústia e depressão.
§ Sentimento de raiva
frequente juntamente com a falta de controlo e impulsividade, podendo chegar à
agressão corporal.
§ Comportamento e
pensamentos suicidas e/ou auto-mutilantes.
§ Frequentemente sentimentos
de tédio e vazio, bem como ansiedade.
§ Dúvidas constantes em
relação a si próprio e à sua identidade, não existe certeza de “quem é?”, “para
onde vai?” ou “o que é o mais importante?”.
§ Altamente dependente do
outro, medo extremo do abandono real ou imaginário
§ Superficialmente bem
adaptadas socialmente, porém intimamente dependentes e manipuladores
§ Em alguns casos paranoia e
surtos psicóticos breves.
Quanto à origem podemos
referir vários: ao nível familiar, pais abandonantes, negligentes e/ou
inconsistentes, incapazes de prestar os cuidados físicos e emocionais dos
filhos. Ao nível interpessoal, humilhações como bullying também podem
contribuir para o surgimento do transtorno. Existe também uma componente
genética, mas comparando-a com doenças semelhante, não se revela muito
decisiva.
Como é possível verificar,
este transtorno afeta diretamente o desenvolvimento do individuo, bem como as
suas relações interpessoais e o seu trabalho. Contudo ainda hoje este
transtorno é muito desconhecido, talvez por se confundir frequentemente com a
doença bipolar ou transtorno antissocial da personalidade.
E você, conhecia o
transtorno Borderline?
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