Fobia e Medo são conceitos
relativamente semelhantes, que por consequência muito confundidos, tanto nas
conversas de senso comum, como também em psicologia, o que muitas vezes pode
ser grave. Mas afinal o que é o medo, e a fobia? Que distinguem ambos os
conceitos?
O Medo é uma reação que aumenta a nossa
capacidade de atenção, de resposta, bem como os níveis de adrenalina.
Investigadores afirmam que o medo não deve ser eliminado nem combatido. É
saudável e importante termos medo, visto que este visa a autopreservação. Além
da nossa razão que tem capacidade de fazer escolhas entre o bem e o mal, o medo
não toma decisões, é um sistema muito mais rápido que a razão que visa a proteção do organismo.
A Fobia é entendida como um medo irracional,
compreendido pelo próprio sujeito como desproporcional, possuindo uma reação
exagerada. Mas que não consegue reagir de forma a contraria-lo. As pessoas com
fobia descrevem-na como “ sendo mais forte que elas”, inevitável e
incontrolável.
A Fobia entra
no campo da psicopatologia, a maioria dos objetos, lugares ou situações são
subjetivos, isto é, o individuo interpreta como perigoso e ameaçador, muitas
vezes algo normal e inofensivo para os restantes indivíduos. Perante o objeto
ou situação fóbica, o sujeito tem um pico de ansiedade associada, reconhecendo
muitas vezes a inexistência do perigo, mas não consegue agir de forma
diferente. Esta é considerada patológica, principalmente quando áreas da vida
do individuo começam a ser prejudicadas.
As Fobias estão divididas,
segundo o DSM-IV em 5 grandes grupos:
Animais (gatos, cães, aranhas, etc.)
Aspetos do ambiente natural (marmotos, relâmpagos, chuva, etc.)
Situações (falar em publico, andar de avião, estar em espaços fechados,
etc.)
Sangue (injeções, feridas, agulhas, operações, etc.)
Outros (medo de ter medo, medo das dores, medo de vomitar, etc.)
Existem fobias extremamente
bizarras, tal como: Coulrofobia (medo de palhaços);Globofobia (medo de borbulhas); Algodãofobia ( medo de bolas de algodão); Itifalofobia(medo de ereções); Ablutofobia (medo de tomar banho); Androfobia (medo de homens);Ergofobia (medo de trabalhar).
Existe uma imensa lista de
fobias, umas quase consideradas saudáveis outras extremamente patológicas.
Concluindo, verificamos
que o Medo e a Fobia são conceitos embora semelhantes em algumas dimensões podem ser
considerado opostos noutras. Isto é, existem objetos ou
situações específicas em que a diferença entre o medo e a fobia, resume-se
unicamente à forma e à intensidade da reação, como por exemplo a fobia a cobras
ou outro perigo real. Podem ser considerado opostos, na medida que enquanto o medo,
preserva, protege a vida humana, a fobia isola as pessoas, prejudicando o
próprio bem-estar, como também o bem-estar das pessoas à sua volta. Por
exemplo, toda a gente tem medo de algo, é uma reação inevitável. Porém
imagine-se que toda a gente tivesse ergofobia (medo do trabalho) como seria a vida? Ou se
todo o mundo tivesse androfobia (medo de homens), como a humanidade teria
chegado até à atualidade sem reprodução? Visto isto, torna-se claro que o medo
é algo benéfico e a fobia algo negativo tanto para o ser humano como para a
humanidade em geral.
Porém, é importante
referir que alguns investigadores distinguem medo de fobia, pela objetividade
do medo e a subjetividade da fobia. Não concordo inteiramente com esta
distinção, visto que em primeiro lugar, a realidade é sempre vivida de forma
subjetiva, independente da objetividade exterior. Em segundo lugar, são raros
os medos transversais a todas as épocas, povos e culturas. O que para nós é
“objetivamente” perigoso e por isso evitado (como as cobras), para outros
povos, pode ser inofensivo e procurado (alimentando-se de cobras).
E você, qual o seu maior
medo ou fobia?
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