Uma vez
infiel, sempre infiel? Depende. Trair pode estar relacionado à infelicidade no
relacionamento, a uma característica da personalidade, um momento de
descontrole emocional e muitas outras razões. Portanto, não é possível afirmar
se uma pessoa que foi infiel uma vez repetirá seu comportamento, mas dá para
imaginar ao analisar a situação.
O terapeuta, escritor e especialista em relacionamentos Sergio Savian acredita que, se alguém começa a trair, dificilmente vai parar. Para ele, é natural o desejo de se envolver com outra pessoa, e ele só não é extravasado se há alguma influência externa. "Nossa sexualidade funciona a base de hormônios. A fidelidade, muitas vezes, tem de vir com cabresto, por isso as pessoas que menos traem são as religiosas. O ser humano, no seu jeito natural, trai".
Para a psicóloga Miriam Barros, especialista em terapia familiar e psicodrama, é possível que um deslize se transforme em hábito. “Se a infidelidade não tiver consequências, a pessoa fará a segunda vez", diz.
Realizada
em 2008, a pesquisa Mosaico Brasil, coordenada pela médica psiquiatra Carmita
Abdo, fundadora e coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade)
do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, contou com
8.200 participantes e revelou que a traição ainda ocorre mais entre os homens.
Os
dados mostram que, entre 18 e 25 anos, cerca de 65% dos homens dizem que já
traíram; na faixa dos 40 a 50 anos, esse número passa dos 70%; já dos homens
entre 60 e 70 anos, cerca de 75% afirmam já terem sido infiéis. Entre as mulheres,
é possível notar que a infidelidade é mais frequente entre as jovens: na faixa
dos 18 aos 25, 48% admitem que já traíram, enquanto apenas pouco mais de 20%
das mulheres entre 60 e 70 anos assumem o mesmo.
“Isso
revela que a traição é um padrão masculino instituído no Brasil. Essa prática
se inicia desde muito cedo com os homens e vai se repetindo ao longo da vida,
já que todas as gerações pesquisadas apresentam índices muito semelhantes”, diz
Carmita. Segundo ela, os números sugerem que apenas 30% dos homens brasileiros
em qualquer faixa etária se mantêm fiéis, enquanto estima-se que 70% teria uma
prática usual de relacionamento extraconjugal em qualquer idade.
Diferentes perfis
Nos
últimos 20 anos, a antropóloga Mirian Goldenberg realizou pesquisas com cerca
de quatro mil pessoas no Brasil. O resultado do estudo deu origem a livros como
"A Outra", "Infiel: Notas de uma Antropóloga" e “Tudo o
Que Você Não Queria Saber sobre Sexo” (Ed. Record), que mostram que
há uma diferença entre infidelidade feminina e masculina.
Segundo
Mirian, um número pequeno de homens se define polígamo por natureza. São
aqueles que traem dezenas de vezes, sem um motivo específico. Traem por
acreditar que esse comportamento faz parte da essência masculina. O perfil do
infiel crônico, segundo ela, é marcado por homens que separam sexo de amor e não
sentem culpa.
Para Mirian, a maioria dos homens que trai age assim porque vive algum conflito pessoal ou no casamento. E muitos dizem não trair por preguiça, alegando que uma mulher já dá trabalho o suficiente. "É o cara que não quer trair, ele quer ter outra companheira ou está prestes a se separar. Esse é o tipo que não trairá novamente, a menos que viva outra crise".
Segundo
a psicoterapeuta e orientadora sexual Maria Cristina Romualdo Galati,
responsável pelo atendimento psicológico do serviço de disfunções sexuais
masculinas do Hospital São Paulo – Unifesp, essa terceira pessoa é uma
possibilidade de tomar coragem para sair daquilo que não está bom.Para Mirian, a maioria dos homens que trai age assim porque vive algum conflito pessoal ou no casamento. E muitos dizem não trair por preguiça, alegando que uma mulher já dá trabalho o suficiente. "É o cara que não quer trair, ele quer ter outra companheira ou está prestes a se separar. Esse é o tipo que não trairá novamente, a menos que viva outra crise".
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/10/19/quem-trai-uma-vez-trai-duas-especialistas-explicam-se-o-infiel-e-incorrigivel.htm
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